O vice-presidente do Fluminense, Mattheus Montenegro, concedeu entrevista ao podcast Setor Sul e foi questionado com relação aos cuidados que o Clube precisa ter para virar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
De acordo com o dirigente, a alta cúpula irá analisar detalhadamente o modelo que será adotado e, também, o futuro investidor que irá ingressar no Clube.
– É uma operação que precisa ser feita com muito cuidado, por isso que eu te falei que não vai ser feita às pressas, nenhum rito vai ser atropelado. Agora, essa questão do modelo que vai ser vendido para alguém e o investidor pode fazer o que ele quiser, é verdadeira em partes. Primeira coisa é: isso chama a atenção porque a torcida, o sócio como um todo, tem que avaliar bem quem é que vai comprar, então, assim, essa é uma análise muito importante e que a gente pretende falar disso na reunião do dia 14, não, obviamente, da proposta, que eu não sei se ela vai ter, mas do que a gente pensa com relação a esse tema. E uma outra coisa, que também tem que ser analisada por todo mundo, é a questão dessas regras que vão tratar da relação entre a associação, que é o Fluminense hoje, e a SAF.
Em sua resposta, Montenegro citou o exemplo do Vasco, que tem acordo para passar a utilizar o Maracanã, que tem Fluminense e Flamengo como principais concessionário.
– Vou dar um exemplo fugindo um pouco do tema para ficar bem claro. Hoje saiu uma matéria dizendo que Vasco e Flamengo estavam em discussão sobre o Vasco entrar na gestão do Maracanã, para ficar com 40% igual ao Flamengo, e o Fluminense com 20%. Isso, hoje, é impossível de acontecer. Por que? Porque tem uma regra, num acordo celebrado entre as partes, que está lá no âmbito da empresa, que não permite que isso aconteça sem o aval do Fluminense. Ponto. Então, é uma regra que foi negociada entre as partes. Se você olha a sociedade, você fala assim: pô, mas essa empresa é 65% Flamengo e 35% Fluminense, então o Flamengo pode fazer o que ele quiser? Não, não pode, porque tem essas regras que protegem determinados direitos. E, na SAF, não é diferente. E é por isso que o negócio tem que ser analisado bem no detalhe. Primeiro de quem é, para quem vender, e o segundo como vão ser tratadas essas relações entre a associação, que é o Clube, os sócios, e a SAF, então tudo pode ser tratado ali. O Clube pode se proteger de tudo, só que o outro lado tem que aceitar. Então, assim, se os dois aceitarem, pode fazer o que quiser.