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Veja, na íntegra, a entrevista de Ronaldinho à TV Globo

Redação

Reprodução TV Globo

Reprodução TV Globo

Os turcos disseram que estava 100%, no Vasco estava 90% certo. Como é para você ver que de repente nada disso se confirmou?

Eu não costumo assim olhar tudo que acontece. Meus amigos que vão mostrando às vezes.  Vão me dando susto às vezes. Brincam comigo: “Tu tá indo para Angola, tu tá indo para a Turquia, tu tá indo para China? Tu tá indo…”. Estou aqui do teu lado, não estou em lugar nenhum. Às vezes é assim, porque eu não tenho o costume de estar vendo jornal, televisão, e às vezes, o meu nome está aí. Às vezes eu estou em dez lugares ao mesmo tempo estando dentro de casa.

Sabe que teve outro craque gaúcho que fez um caminho parecido com o seu. Começou no Grêmio, passou pelo Flamengo e foi campeão no Fluminense. Renato Gaúcho. Alguém comentou isso com você?

Sim. Um amigo me comentou ontem. Trajetória muito parecida. Eu falei, é, se eu conseguir fazer o que ele fez também vai ser maravilhoso. Entrar para a história com títulos e gols importantes. Tomara Deus que consiga.

 E fazer um gol de barriga?

Também. De qualquer jeito.

Como está sendo voltar ao futebol brasileiro?

Estou muito feliz de voltar ao Brasil. Principalmente porque (o Brasileirão) é um título que eu ainda não conquistei. Isso foi uma das coisas que mais me motivou a voltar. Então estou muito feliz e motivado.

Você tinha outras propostas. O que te fisgou para você acertar com o Flu? Olhou o elenco, conversou com algum jogador?  

Foram várias coisas. Primeiro o projeto que me apresentaram. Depois, que é um grande clube, com grandes jogadores, com amigos que eu já joguei em outros clubes e na seleção. Então, isso tudo foi o que me fez voltar já almejando ser campeão.

Você viu que o Fluminense está bem na tabela?  

Também. Olhar um time que está num bom momento com grandes jogadores. Uma mescla de jogadores experientes com jogadores jovens. Então… Olhar o time bem na tabela não foi o que mais me chamou a atenção, e sim, o projeto do clube, que não se chegar nesse ano, que seja no próximo ano. Então, o projeto que o clube me apresentou foi o que me motivou muito.

Estive no Fluminense e vi os jogadores mais jovens muito ansiosos pela sua chegada. Diziam: “O vi ser campeão do mundo em 2002, tinha 8 anos; jogava com ele no videogame”. Como é saber que seus futuros companheiros são seus fãs?  

Nem penso nisso. Eu vejo assim…como eu chegando na minha época com 20 anos e jogar com os meus ídolos. Então, eu vou procurar ser da mesma forma que meus ídolos foram comigo. Sempre me trataram muito bem, sempre me ajudaram muito. Então, eu vou fazer o meu melhor para tentar ajudar eles.

Um deles chegou a falar: “Quero ver até como ele faz embaixadinha, como ele toca na bola”  

É engraçado, né. O tempo passa rápido… Hoje eu sou um dos jogadores com mais experiência dentro do plantel. Então, isso também motiva. Querer mostrar trabalho, querer mostrar para os jovens que ainda tenho muita coisa ainda para correr atrás.

Como é tua relação com o Fred?  Sempre se deu bem com ele quando jogou na seleção?  

Nosso relacionamento é muito bom. Um dos motivos de eu vir para cá é ele estar aí. Então foi um dos jogadores que eu falei antes de vir e foi um dos caras que mais me incentivou a vir. Então, Pierre, Fred, dois caras que eu joguei muito tempo. Todos me falaram muito bem, do clube, do plantel, da comissão técnica. Estou muito feliz e louco para jogar com ele, dar assistências para que ele faça muito gol.

Quando você estava no Fla, o Maracanã estava em obras. E pelo Atlético só jogou uma vez lá. Como vai ser ver o Maracanã cheio e sendo seu quintal todo domingo?  

Vai ser a realização de um sonho.  Poder jogar sempre no Maracanã é o sonho de toda criança da minha geração. Jogar na seleção brasileira e no Maracanã. É uma coisa que está me motivando muito.

Lembra da passagem do seu irmão Assis pelas Laranjeiras?

Lembro. Cheguei a acompanhar ele em treinamentos. E é muito legal seguir assim, os traços do meu irmão, da minha família. A trajetória. Então minha família está muito feliz e a gente espera que dê tudo certo.

Quando você chega num clube você pode representar mais em termos de vendas e também em quanto o teu nome agrega internacionalmente para o clube que está te contratando. Você pensa nisso? Que você não é simplesmente um jogador, que é mais do que isso, que você é um produto do futebol?  

Não paro para pensar nisso. Sou só um jogador de futebol que quer fazer o melhor e fazer história nos clubes que passa. Agora vem mais uma oportunidade. Na minha cabeça eu fico só voltado para jogar futebol.

Tudo que envolve o seu nome, você passa batido por isso assim?  

Ah, nem olho. Passo batido. Meu negócio é mesmo ficar concentrado só para jogar. E deixo para o pessoal que trabalho com isso, trabalhar. E minha cabeça fica voltada só para o futebol.

Você teve duas passagens recentes no Brasil, no Galo com mais sucesso e no Flamengo. O que te deu de mais prazer e o que você acha que pode ter de novo no Flu?  

Conquistei títulos nos dois clubes que passei né. Tanto no Flamengo como no Atlético. No Flamengo foi uma época maravilhosa, ficar sete meses sem perder um jogo. Uma época que eu jamais vou esquecer. No Atlético Mineiro conquistei tudo e fiquei lá o tempo que eu fiquei sem perder um jogo em casa. Fui embora do Atlético Mineiro sem perder uma partida no estádio Independência, foi uma época muito marcante. É vir para cá com esse pensamento de fazer história também no Fluminense.

 Como foi tua passagem no Querétaro?  

Foi maravilhosa. Objetivo alcançado que era colocar o clube pela primeira vez em uma competição fora do México. Foi muito bom. Valeu muito a pena. Objetivo alcançado, fazendo história dentro de outro clube. Então, valeu muito a pena.

Aos 35 anos, realizado profissionalmente, pessoalmente e financeiramente. Quais são os objetivos que você ainda tem no futebol? O que te move a acordar cedo todo dia para treinar, se concentrar, perder noites de fim de semana em um hotel?  

O que me move é conquistar títulos que eu não conquistei. Me falta o campeonato brasileiro e eu voltei para isso. Para tentar buscar esse título que falta. O que me faz acordar é eu pensar. Eu tenho que ganhar aquilo lá que eu não ganhei ainda e eu vou atrás disso aí.

Você ainda tem essa gana de vencer?  

É a única coisa que me motiva a jogar até hoje é ganhar. É conquistar título. E para mim falta esse. É isso que me move e que me faz treinar, que me faz acordar cedo, e correr atrás, é conquistar títulos que eu ainda não conquistei.

E por que o Rio de Janeiro?  

Rio de Janeiro é maravilhoso. Amei viver aqui, fiz muitos amigos. Então, é um grande clube, uma equipe que tá muito bem. Então, ainda deu a coincidência de ser no Rio, que é um lugar que eu tenho casa. Então isso tudo também agregou muito.

É aqui o lugar que você vai viver depois de parar?  

Nem penso ainda no pós-futebol. Ainda quero jogar bastante tempo ainda, vou vivendo cada coisa no seu momento.

Seleção é algo que faz parte da sua meta? Ou sua história você já escreveu lá?  

Não penso. Acho que futebol é de momento. Se as coisas estiverem correndo bem, me chamarem. Não tem problema nenhum. Mas, hoje eu tenho a cabeça voltada apenas para o clube que eu estou. E nem paro para pensar em outra coisa que não seja o clube.

Como vê o momento da seleção? Desconfiança na geração que só tem o Neymar como craque?

Não costumo olhar os jogos. Não gosto muito de ver futebol, eu gosto é de jogar. Até mesmo porque fico nervoso, vai dando vontade de entrar pela televisão, jogar, entrar. Mas eu acho que é uma geração muito boa, vem dando azar nas competições que tá passando. Mas eu acho que é uma geração que vai dar muita alegria.

Você não vê os jogos da Seleção?  

Não. Eu não vejo os jogos da Seleção. Eu não gosto de ver futebol. Me dá nervoso, fico olhando, me dá vontade de jogar… Chuto junto. É aquela coisa que… Não, não gosto.

Fora do futebol, já tem um tempo que você escreve samba. É verdade que você vai concorrer com um samba na União da Ilha?  

Tem essa possibilidade. Mas agora, dei pause em tudo para ficar centrado só no Fluminense. Centrado cem por cento para ir com tudo nesse campeonato brasileiro. Mas o samba é uma paixão que eu tenho desde criança. É algo que me dá alegria e me faz bem para jogar. Mas agora é ver o que vai acontecer aí, mas em princípio é só o futebol na cabeça.

Suas chegadas no Flamengo e Galo foram grandes, mas as saídas foram rápidas e discretas. Por que foi assim?  

Foi assim porque tinha que ser assim. Conversou. Está conversado. Trabalho feito, objetivo alcançado. E sempre foi assim. Simples e rápido. Tanto para chegar ao clube, quanto para sair. Então, não tenho explicação. Sempre foi assim, simples.

Você não ficou com trauma de nenhuma das duas saídas. Foram normais as saídas?  

Duas saídas bem diferentes. Com o Atlético, depois de ter alcançado todos os objetivos. Depois de conversar com o presidente. Já com o Flamengo foi bem diferente, teve um montão de ocasiões que me fizeram sair. Então foram duas saídas bem diferentes.

Tem saudade da época que você jogou aqui no Brasil? Na Turquia chegaram a falar que você estava 100% fechado?  

Voltei também por isso. Muitos anos jogando fora do Brasil. Queria voltar a viver aqui. Ficar próximo da minha família e dos meus amigos. Isso também me motivou muito. Deu ocasião de ter um grande clube, que ainda é no Rio de Janeiro, onde eu já tenho uma vida, já tenho tudo instalado. Isso tudo é muito bom.

Que recado que você daria a torcida do Fluminense?  

O recado é dizer que eu estou muito motivado e espero poder dar muita alegria, junto com meus companheiros. É o que eu quero. Poder dar alegria, e poder fazer história dentro desse grande clube.

Tudo sobre o Fluminense reunido no site número 1 da torcida tricolor.

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