Marcelo Souto promete recriar vice-presidência de futebol (Foto: Divulgação)

Em entrevista ao portal Esporte News Mundo, um dos pré-candidatos à presidência do Fluminense, Rafael Rolim, falou sobre suas propostas para caso seja eleito presidente do tricolor.

Veja abaixo a entrevista completa:

 
 
 

Qual a sua história e relação com o Fluminense?
Rafael Rolim: Desde os meus seis anos venho da arquibancada do Fluminense, não tenho nenhuma ligação com política do clube, mas estou insatisfeito com a situação. Vejo um ciclo vicioso da venda de jovens atletas pagar dívidas. Desde a última eleição quando fui convidado para ser vice-presidência jurídico do Ricardo Tenório, passei a acompanhar mais de perto da política do clube e no último ano me envolvi em um projeto com Pedro Antonio de estudar uma forma de atrair investidores e aqui estou. Hoje, estou com este projeto para tentar atrair investidores, transformação do clube e ruptura do modelo associativo.

Voto online é um dos mais discutidos internamente. Como analisa a situação?
Rafael Rolim:
O tratamento do voto online dentro do clube é uma mancha na história para a democracia tricolor. É uma grande vergonha para todos nós tricolores. Desde o primeiro momento foi sempre uma promessa de campanha do presidente. Há previsão legal para ser implementado. Desde o primeiro momento tentou evocar empecilhos, que serão operados ao longo do tempo para que não fosse aplicado no Fluminense.

Modernização das Laranjeiras está no projeto? Pretende levar jogos?
Rafael Rolim:
Existe alguns projetos com relação às Laranjeiras. De alguma forma esse patrimônio do Fluminense precisa ser cuidado. Não pode ficar abandonado como está. Ele pode ser destinado a jogos de pequenos porte, como categorias de base e feminino, em que não comporte o tamanho da nossa torcida. Claro que temos interesse em revitalizar Laranjeiras, é importantíssimo. Mas é só entrando no Fluminense, fazendo um projeto de engenharia e arquitetura para tomar conhecimento do tamanho do problema.

Qual sua opinião com relação à SAF?
Rafael Rolim:
O discurso desde o meu primeiro dia é a favor da SAF. Sempre digo que a SAF não é uma solução mágica, mas sim um instrumento para atrair investidores. O Fluminense precisa atrair investidores para combater uma dívida que chegar perto de R$ 1 bilhão. A SAF hoje é esse instrumento e defendo a adoção desse modelo desde que você tenha bons investidores justamente para fazer a ruptura do modelo associativo. Até mesmo por uma questão de transparência com a torcida do Fluminense. Ter um diálogo com os torcedores e sócios. Sou amplamente a favor da SAF.

Os valores das vendas de promessas do Fluminense chamam atenção. Como se preparar para situação ter um retorno satisfatório para o clube em relação as vendas?
Rafael Rolim:
As vendas que estão sendo feitas na última gestão chamam muita atenção pelos valores irrisórios que estão sendo pagos, mas isso se passa pela situação financeira do clube. A dificuldade do Fluminense é pagar a folha salarial do mês que passou. Enquanto estiver nessa fragilidade institucional, fragilidade financeira, a gente não vai conseguir com que o atleta da base tenha um rendimento esportivo no time de cima e depois que receba uma proposta com o valor condizente. Hoje, os clubes europeus sabem que o Fluminense precisa fazer dinheiro, oferecem valor abaixo e o clube acaba se submetendo a esse tipo de transação. Fluminense ter dinheiro através de investidores por meio da SAF para impedir esse ciclo vicioso da venda de novas promessas.

Transparência é um dos assuntos comentados. Como pretende adotar?
Rafael Rolim:
O que se tem hoje no Fluminense é absoluta ausência de senso crítico dentro do clube. Os poderes do clube são totalmente omissos com relação às suas atividades em sua gestão e relação à torcida é verdadeiro jogo de cena para mostrar que o Fluminense está evoluindo. Mas na verdade o Fluminense está adiando um problema, que certamente será maior lá na frente. A ideia é que se tenha auditorias, investigações e um grande portal de transparência. Algo que seja em tempo real, que a gente consiga colocar as informações para os sócios para que eles possam ter acesso e ter senso crítico. Faz parte em um governo a gente ter essa transparência e ser criticado. O presidente precisa saber que a crítica é válida desde que seja construtiva.

Investimento no futebol profissional (patrocínios, jogadores…)
Rafael Rolim:
Em respeito aos atletas e a classificação para Libertadores que é muito importante para o clube, não gosto de falar em nomes, em mudanças. Há um planejamento para alteração no departamento de futebol e de certa forma fazer uma time muito forte ano que vem para Libertadores. Isso é um grande objetivo. Não adianta querer fazer uma grande reformulação, mas sem ter um futebol forte. A gente não pode pedir mais paciência ao torcedor e certamente trazer um retorno esportivo.

Fluminense tem tradição na base. Pretende aumentar ainda mais o investimento?
Rafael Rolim:
A ideia com os investidores não para trazer jogadores, claro que você vai melhorar o plantel, porém já tem clubes de Série A investindo acima de R$ 100 milhões por ano nas categorias de base. Isso chama muita atenção neste tipo de investimento. É um foco total em Xerém para que a gente possa aperfeiçoar o trabalho desenvolvido, além do profissional e captação de atletas e, de alguma forma, trazer governança para essa captação de jovens atletas.

Sócio torcedor teve grande crescimento nos últimos meses. Tem projeto para melhorar ainda mais os números?
Rafael Rolim:
A ideia do sócio-torcedor, com a mudança com a SAF, ele passa a compor o ativo da SAF. É importante que a gente tenha uma projeção para que de fato se torne um ativo financeiro do clube. Vamos remodelar o sócio-torcedor, permitindo que todas as camadas tenham acesso ao estádio.

Como tornar as partidas mais atrativas em questão de público mesmo em situação adversa?
Rafael Rolim:
O que faz a torcida comparecer é time bom. A gente pode fazer o que quiser, mas o que faz o torcedor comparecer. A esperança de um futebol bom com bons resultados, isso a gente tem visto com vários clubes do país. O objetivo é ter um futebol forte, um investimento pesado, para que a gente tenha um nível de público acima de 50 mil no Maracanã. Para isso, se faz um futebol forte para ter um retorno de premiações e com ticket médio adequado trazer volume de bilheteria, que hoje ainda não tem. Temos que encontrar essa equação. Mas o grande atrativo é um futebol forte, é um time vencedor.

Tem algum projeto que melhores os números e relevância dos esportes olímpicos?
Rafael Rolim:
A gente precisa entender que para fazer esporte olímpico com qualidade, a gente precisar de projetos incentivados. A gente não precisa da CND, e sim ter a CND e pagar o parcelamento que gerou a CND. E o Fluminense vai ter muita dificuldade para pagar o parcelamento fiscal que fez faltando um mês para eleição. O objetivo é um volume de caixa adequado para ter de fato a CND ao longo de todo período e de alguma forma o esporte olímpico ter um retorno financeiro.