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Vamos falar sobre Ganso?

Crys Bruno

Oi pessoal! Após a mais pálida atuação do Fluminense no ano, em Medellín. Após assistir Fernando Diniz provando que sabe usar a retranca “Abelesca”- será que foi proposital para me “matar” ou jogar um balde de água fria nos seguidores do futebol horroroso que “Abeu” utiliza? Foi para que eles não venham usar o defensivismo como garantidor de resultado, caso uma eliminação ou seqüência de derrotas venha sob a alegação de que o time ofensivo dá muito espaço, já que Abelão, sombra para o cargo no Flu, não foi suportado, admirado, idolatrado no Flamengo e jogou o boné? Tomara.  Então, diante da atuação sem pernas, sem goleiro, sem defesa, sem meio, sem nada, preciso falar de algo bom. Muito provavelmente foi a única partida dele em que conseguiu ser nulo em 85 minutos. Ainda assim, como quero esquecer ontem e falar dele… Paulo Henrique Ganso é o último camisa 10 completo e diferenciado que o futebol brasileiro revelou num meio onde os volantes são ídolos; laterais, os donos do último passe e quem faz o gol, os consagrados. Aos 29 anos, após três cirurgias no joelho, duas no direito e uma no esquerdo (ou ao contrário), é visível que só não ficou inutilizado como atleta porque Ganso tem talentos de nos deixar boquiabertos. O passe vertical perfeito, com mínimo erro; o deslocamento constante entre as duas intermediárias abrindo espaços e fazendo o companheiro jogar; o tempo de desarme, recuperador de bola que é; a visão,  leitura de jogo e achar o espaço onde ninguém vê nem espera possível  para pôr um companheiro na cara do gol; a presença na categoria, a categoria na liderança, o talento puro e nato. Junte isso ao fato dele estar amarradão por jogar no Fluminense: clube que é a sua cara; a cara do talento, do superar-se primeiro para depois vencer, do vencer sendo limpo e, por tudo isso, perseguido e diminuído pela mídia, sem marketing positivo, como o nosso Tricolor. Não sabia que as duas últimas cirurgias tinham quase o inutilizado. Paulo Henrique Ganso sequer bate as faltas frontais. Seu chute à gol na entrada da área perdeu potência. Ele sofre para estar de pé e se entrega feito um leão, com toda a elegância, a categoria, a dor e o sacrifício de um Mestre-Sala no samba. Nos jogos em que ele se ausentou, sofremos. Contra o Bahia, a mudança foi nítida. Sem ele, perde-se o meio-campo. Com ele, há outra robustez, cancha, dinâmica de jogo através do seu passe e, repito, deslocamento. Hoje, o que mais curto e me permito sonhar em relação ao nosso time dizem respeito a dois profissionais: 1-  ver Paulo Henrique Ganso. 2 – E ter Fernando Diniz fazendo o sempre e, historicamente,  desacreditado, minimizado e marginalizado Fluminense jogar um futebol destemido: ” – De alma grande! Grande! Grande! Sem temer nem duvidar! E com VITÓRIA nos olhos”, como exclamou aos jogadores, na postura e na ponta da chuteira. O melhor legado do Abel foi fazer as cafetinas dessa gestão contratarem Paulo Angioni para dirigir o departamento de futebol. Esse é o triunvirato que espero ver por longo tempo no Fluminense. Fernando Diniz só pode sair se for por uma proposta irrecusável do exterior – não me refiro a dinheiro e, sim, a campo para ele implementar seu trabalho. Angioni conhece futebol, sabe negociar, conciliar, administrar e preencher a realidade das negociatas com a necessidade de estabilidade e montagem de um time para competir. E Paulo Henrique Ganso, senhora, senhores… ah, Paulo Henrique Ganso… Se o gol é o que consagra; e o carrinho o que faz o mediano virar ídolo, nosso 10 representa o que há de mais bonito no futebol: sua arte. Vida longa aos 3 que nos devolveram o Fluminense em 2019. Que o presidente eleito os mantenham a longo prazo como base e pilares que são. ST. Imagem: Mailson Santana.

Bacharel em Direito com Especialização em Gestão Profissional no Futebol pelo Centro Universitário Internacional. Escrevo sobre futebol desde 2009 quando comecei no Jornal da Cidade, Niterói. Com passagens pelo FEA, Flu&Etc e Panorama Tricolor, desarmo melhor que o Richard, cruzo melhor que o Leo, marco melhor que o Airton , lanço melhor que o Jádson, finalizo melhor que o Marcos Jr, corro mais que o Gum e jogo mais que o Pedro. Ops, "esta" foi mentira. Rs.

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