Desde o rompimento com a Adidas em 2015, o Fluminense vem sofrendo com seus parceiros esportivos. Após tomar calote financeiro e ver mal distribuídos seus uniformes através da Dryworld, que o clube processa na Justiça do Canadá, agora é a vez da americana Under Armour não cumprir o combinado. Sem lançar uniforme oficial em 2018, transformando o Tricolor no único clube grande do país a não vestir uma camisa nova no ano passado, a empresa quebrou uma das cláusulas mais importantes do acordo. Sendo assim, a cúpula tricolor poderia pedir a rescisão unilateral, bem como o pagamento de indenização, previstos no documento. Entretanto, nenhuma medida nesse sentido fora tomada.

Trecho do contrato que o NETFLU teve acesso com exclusividade

Após atrasar três vezes a data prevista na última temporada, enfim, o Fluminense terá seu terceiro uniforme lançado em janeiro de 2019, se não houver nova mudança no cronograma. Aprovado no fim do mês de julho pelo Conselho Deliberativo, o uniforme na cor azul-marinho (inspirado no PSG, da França) será posto à venda neste mês e os outros dois uniformes (tricolor e branco) no decorrer da temporada, ainda sem data pré-estabelecida.

 
 
 

Em outubro de 2018, por meio de nota oficial, a assessoria de imprensa da Under Armour informou que “as datas dos próximos lançamentos de camisas do Fluminense estão sendo acordadas entre clube e marca e serão anunciados em breve”. Já o Tricolor, naquele momento, não quis se manifestar sobre o caso. Independentemente da demora, mesmo que o Fluminense não cobre o que é seu por direito num determinado momento, isso pode ser feito depois, sem nenhuma perda, segundo consta no no contrato.

O Fluminense pode reclamar para si a qualquer momento quaisquer danos, mesmo que não tenha feito isso no instante em que eles ocorreram (Foto: Paulo Brito/NETFLU)

Os “danos” ao clube pelo não lançamento de um determinado produto num período definido vão desde a imagem até o marketing direto com os torcedores. Some-se a isto a perda financeira que a não comercialização de novas camisas produz. Numa negociação onde o Fluminense precisa vender acima dos R$ 5,5 milhões para começar a ter algum retorno com comissão, a demora aumenta os prejuízos de um clube à beira do caos monetário. Esse cenário poderia ser um dos argumentos do jurídico tricolor para pôr em prática o distrato com os norte-americanos.

(Foto: Paulo Brito/NETFLU)

Vale lembrar que, recentemente, a Vulcabras Azaleia adquiriu a operação e produção das peças da Under Armour no Brasil. Com isso, o Fluminense espera que a novidade melhore a distribuição dos materiais esportivos, alvo de bastante reclamação por parte dos torcedores. A distribuição aliada às questões de logística, por sinal, foram alguns dos motivos pelos quais a empresa esportiva não cumpriu as datas.

(Foto: Paulo Brito/NETFLU)

É de fundamental importância ressaltar que, por ser confidencial, o Fluminense não se manifesta em torno deste contrato desde que o mesmo fora assinado.