Logo que voltou do Mundial, Fred ficou algumas vezes no banco. O técnico do Fluminense não “sofreu” por ter preterido o atacante. Cristóvão Borges acredita que, no Brasil, o status supera muitas vezes o bom senso, lembrando da perseguição que o centroavante sofreu durante a Copa.
– Não (não sofreu). O problema é que tudo que se faz com Fred aqui é superdimensionado. Eu dei uma explicação, mas aí é o Fred. Então, minha explicação não valeu de nada. O Fred teve uma carga emocional muito pesada em cima dele, que eu achei horrível e irresponsável. Botaram na conta do Fred o insucesso da Seleção. O Fred é um jogador que chega aqui e faz gol. Na Seleção, ele nem teve chance de fazer gol. Quando teve, ele fez. Foi difícil o trabalho na Copa, mas resolveram que o Fred era responsável. Ele precisava de descanso físico e mental. Foi o que demos para ele. Demos um dia para ele para que voltasse bom para trabalhar. E ele voltando, fazia tempo que não trabalhava com a gente, teve uma readaptação ao trabalho e necessidade de recuperação do tempo de inatividade da folga. Como ele tinha também essa carga, a preparação dele foi crescente. Fui colocando aos poucos para ganhar confiança. Ele estava numa necessidade grande de todo o tipo de treinamento. Ele é um jogador que o adversário teme. O adversário teme e vou guardar? Eu coloco lá para o adversário ter medo.