“Protagonista” de vídeo amador no metrô do Rio de Janeiro insultando torcedores do Internacional após o jogo do último domingo, quando o Fluminense empatou com o Colorado, no Giulite Coutinho, e rebaixou o adversário, Bruno Vargas da Costa viu sua vida mudar. O torcedor tricolor afirma estar envergonhado, confessa ter sido um babaca e até uma mudança no endereço em virtude do ocorrido foi necessária. Ele recebeu ameaças.
– Fui um babaca, perdi a cabeça ali. Estou com vergonha de tudo mesmo, principalmente da minha família. Estou arrasado pela minha mãe. Ele está mal, não merecia isso do filho. Nenhum ser humano, aliás, merece o que eu fiz ali. Isso estragou minha vida. Preferi me mudar. Não esperava essa repercussão toda. E só voltarei a trabalhar em 2017. Preferi sumir um pouco – disse Bruno, morador de Niterói.
Bruno também mudou o número de seu celular e só o está usando para falar com familiares e amigos. Além disso, ainda ligou para os torcedores insultados por ele no metrô para pedir desculpas.
– Procurei um profissional da imprensa do Sul e solicitei o telefone do (Jose Joaquim) Jacques. Liguei e perguntei se ele aceitaria conversar comigo. Foram 15 ou 20 minutos de papo, com ele sendo muito solícito sempre. Fiquei feliz que ele aceitou meu pedido de desculpas e reforçou que não queria nenhuma violência comigo. Também liguei para a outra pessoa que aparece no vídeo, o Daniel, igualmente receptivo – afirmou.
O torcedor tricolor terá, ainda, mais uma preocupação. Ele deverá ser processado, pois o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) já o denunciou nas penas dos artigos 41-B da Lei nº 10.671/03 (promover tumulto, praticar ou incitar a violência num raio de cinco mil metros ao redor do local de realização do evento esportivo ou durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento); e artigo 140 (Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro), parágrafos 2º e 3º.
– Estou esperando, sei que houve essa movimentação. E gostaria até de receber uma punição. Não vou falar que quero ser preso, mas também não gostaria de passar uma sensação de “0 a 0”, de que ficou tudo bem. Gostaria de pagar pelo meu erro – falou.
Todos os artigos pelos quais foi denunciado, há a previsão de até três anos de reclusão.