O meio do futebol é diferente. Quantas vezes você já ouviu essa frase? No ramo há décadas, Ricardo Drubscky sabe que determinadas ações acabam sendo julgadas de forma precipitada. Treinador, dedica seu tempo à literatura e, por isso, sofre preconceito.
– Existem elogios, discriminação, inveja… Vejo isso. Gente que desdenha. Alguns colegas me dizem: “Poxa, a gente sofre para aprender e você fica querendo ensinar?”. O livro é minha cara aberta, o que escrevi é a pura verdade daquilo que penso. Sou coordenador de cursos da CBF há cinco anos e não escondo uma vírgula. Técnico de alto nível e que tem essa literatura é muito difícil de encontrar. Não tenho vaidade sobre isso. O que encanta é estar na beira do campo, dar os meus treinos. A literatura é um complemento – disse Drubscky, que não usa seus livros para doutrinar os atletas:
– Nunca apresentei, nunca fiz propaganda. Só faço nos cursos que ministro aulas, porque o conteúdo já redigido facilita para os alunos. Mas nunca ofereci a jogador. Alguns dizem que gostariam de ter meu livro. Outros devem ficar pensando se sou treinador ou professor, mas quando coloco a apito no peito e comando meus treinos, eles nem têm tempo para pensar. Os treinamentos são muito dinâmicos, muito interessantes. É uma situação que tenho que lidar. Alguns treinadores gostam de pagode, outros de música clássica. Alguns tocam violão, outros de tomar cerveja, de roda de samba. Eu gosto de escrever.