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Última atualização: 21/01/2025

Todo Carnaval tem seu fim

Eu não sou mais proprietário do NETFLU. É assim, de forma direta, que anuncio minha saída da empresa, tão simples quanto foi minha entrada no projeto, que começou lá em 2008.

No fim daquele ano, fui convidado para integrar a criação de um site de notícias do Fluminense, sem qualquer pretensão. A ideia era reunir tudo o que a imprensa publicava sobre o clube em um só lugar. Já havia outras pessoas fazendo com outras agremiações, mas no Tricolor, ninguém. E deu certo. Rápido.

De maneira natural, mesmo jovem, com apenas 23 anos, assumi a liderança do projeto, que ganhou forma e ambição. Montei minha equipe, com carga horária definida, esquema de folgas, quantidade mínima de matérias por dia, estilo e padrão de texto. Estava pronta a linha editorial do NETFLU.

Nossa audiência cresceu 1000% de 2009 para 2010, e os três anos de sucesso do Fluminense (2010-2012) ajudaram a alavancar o site, para quem acha que ele vive da desgraça do clube. Fluminense forte, NETFLU forte. Sempre foi assim e sempre será.

Fui o responsável por trazer nomes importantes para colaborar com o NETFLU como o ex-atacante Washington “Coração Valente”, o ex-craque Manfrini, o ex-jogador e atual treinador Roger Machado, o então advogado, atualmente presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, os jornalistas João Marcelo Garcez, Roberto Sander, Marcos Caetano e Álvaro Oliveira Filho, o músico Toni Platão, o médico Michael Simoni, a Flupress com Dedé Moreira e Gustavo Albuquerque, entre outros.

Transformei o então redator Paulo Brito, que já deixou a empresa, em repórter investigativo, responsável por inúmeros furos de reportagem, pautando várias vezes a grande imprensa. Criei e apresentei mais de uma dezena de programas no youtube do NETFLU. Fui o idealizador, comentarista, produtor e diretor das transmissões áudio-interativas, até hoje o produto de maior sucesso e audiência do canal do NETFLU no youtube.

Meu último movimento foi a elaboração e idealização do NETFLUcast, o primeiro podcast de entrevista segmentado de Fluminense. Além disso fui responsável pela indicação e contratação do renomado jornalista José Ilan como host do podcast. Em seu primeiro episódio, superou 300 mil visualizações no youtube e nas demais redes sociais.

Deixo o NETFLU como a maior mídia independente do Fluminense desde a sua fundação, a quinta maior mídia segmentada de clubes do país, com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais. Muitos acertos, muitos erros, mas a certeza de que jamais trabalhei esperando elogios fáceis, mas pronto para críticas vazias.

Tomei medidas impopulares por entender que o torcedor tricolor, nosso público, tem o direito de saber o que acontece no clube que ele ama. Recebi muita porrada. Afinal, nas vésperas dos jogos não se pode divulgar notícias ruins. Nem nos dias de jogos, nem após. “É Notflu!”, bradavam. E bradam.

O que muito custam a entender, ou jamais entenderão, é que denunciar más gestões é Pró-Flu. Notflu é quem não se preocupa. Ou se esquece em prol do resultado momentâneo de campo. Ou, pior ainda, faz uso da máquina a bel prazer e te tratam como inimigo do clube porque você escancara as cagadas que ele faz. Como um filho que apronta na escola, jamais passei a mão na cabeça apenas por amá-lo.

Ganhar dinheiro falando de clube de futebol é tão fácil… Basta remar com a maré, falar aquilo que querem ouvir, que teu banner será clicado, os superchats vão pingar a rodo e os PIX não vão parar de entrar. Ou você faz jornalismo ou ganha muito dinheiro. Os dois juntos, pra quem começou do zero, é muito difícil.

A minha consciência sempre esteve tranquila, pois, como jornalista e dono de uma empresa de comunicação, fui atrás da notícia. Esse sempre foi o único interesse de quem se dispõe a fazer jornalismo sério e independente. Ajudamos a desmascarar dirigentes, denunciamos o mau uso do dinheiro do clube, criticamos formações de elenco em momentos que o torcedor não se importava, mesmo que nos custasse menos fama. Ou má fama. Noticiamos contratações e saídas importantes, sem nunca precisar jogar para a galera, sem falar ou fazer o que a torcida quer ouvir e ler. É mais fácil, mais rentável, mas meu travesseiro e eu precisávamos dormir tranquilos. E assim foi feito.

Enquanto editor do site e comentarista no YouTube, nunca me esquivei de falar o que penso, independentemente de a bola entrar ou sair pela linha de fundo. Afinal, o Fluminense é mal administrado desde que me entendo por gente, mesmo que, nesse período de quase quatro décadas, tenha me proporcionado alguns sorrisos. Mas vivemos de pequenas vitórias. As grandes guerras, infelizmente, sempre são vencidas por outros.

Escolhi ser fiel à minha essência. Mas errei muito. Já perdi o timing de notícias, me equivoquei em títulos, textos, fiz comentários injustos… Mas nunca de forma deliberada. O objetivo sempre foi deixar você, torcedor tricolor, bem informado e te fazer refletir, sem manipulá-lo. E isso, junto com todos que trabalharam comigo, sei que conseguimos.

E por que saio? Porque o NETFLU não é só Leandro Dias. Assumi a responsabilidade de ser a cara da empresa por longo período, mas em um tempo onde a ignorância domina o debate e os ineptos passaram a não ter vergonha de quem são, perdi espaço. E enchi o saco (risos).

O NETFLU precisa de novos interlocutores. Precisa crescer mais, e a irredutibilidade quanto aos princípios que me norteiam impede essa necessária evolução. A minha condução levou a empresa a um nicho difícil de ser ultrapassado. E o NETFLU precisa voltar a ser o que foi na maior parte do tempo: plural, atingindo as massas.

Ele precisa voltar a ter uma relação institucional com o Fluminense, sem que isso signifique corroboração com determinadas condições que limitem um jornalismo ético e correto. O site precisa estar mais próximo do time e do clube, nos jogos e treinamentos, participar das coletivas, voltar a apurar notícias, ser mais assertivo na comunicação com o público jovem, trazer pessoas com mais energia para trabalhar e fazer a diferença.

Algumas batalhas eu parei de travar. Aos 39 anos, para mim, não vale mais a pena. Deixo para a galera nova e boa que está chegando, cheia de energia na luta por um Fluminense melhor e maior. São 16 anos na labuta. Respirar novos ares é sempre importante. Para todo mundo.

Continuarei colaborando com o NETFLU sempre que Rafael Siri, irmão que a vida me deu, precisar. Mas as diretrizes, a linha editorial da empresa já não são mais tocadas por mim. Como um pai amoroso, responsável e coerente, preciso fazer meu filho adolescente voar.

Agradecer a quem mais me aturou neste período, o amigo Siri, agora CEO do NETFLU. Entre muitas concordâncias e poucas discordâncias, conseguimos sozinhos alavancar uma empresa. Empreender neste país não é fácil. Sentimos na pele. Fizemos a loucura de abandonar nossas carreiras regulares para investir no sonho. Fomos exitosos.

Obrigado à minha esposa Karen que sempre acreditou no projeto e me deu forças para seguir, num momento de compreensível desconfiança, inclusive familiar, de que a coisa daria certo.

E muito, mas muito obrigado mesmo a todos que me apoiam, gostam das minhas análises e entenderam, mesmo que discordando muitas vezes, o trabalho que desempenhei ao longo de mais de década e meia.

A estes fãs, se é que tenho isso, fiquem tranquilos, não os abandonarei. Em breve anunciarei meus próximos passos. O trabalho continua, dominando e passando. Aos numerosos haters, lamento, mas nos veremos.

Aqui, o trabalho está cumprido.

Minhas redes (X e Instagram): @LeandroDiasNF.

“Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz…”

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