Novo jogador do Fluminense, Lucca chega para reforçar o ataque tricolor. O atleta, porém, já desempenhou várias funções na carreira, seja como meia, atacante de lado ou centralizado. Técnicos que trabalharam com ele e o viram brilhar em passagens anteriores, contaram como pensam ser seu melhor aproveitamento.
Em 2012, Paulo Comelli treinou Lucca no Criciúma e o deslocou do meio para o ataque.
– Ele tinha vindo de outro time e tinha feito o Estadual jogando de meia. Aí peguei, vi as características dele, achava que prendia em demasia a bola para um meia, mas tinha velocidade, era forte no um contra um, inteligente… Então conversei com ele e passei a escalá-lo como atacante. Ele viu que ia jogar mais próximo do gol e aceitou de boa, se dedicou e foi bem demais, depois me agradeceu. Pessoal da imprensa deu uma questionada na época, mas ele começou a fazer gols – recordou Comelli, em entrevista ao site GE.
Na Série B e Copa do Brasil daquele ano, como ponta esquerda, fez 19 gols em 43 partidas. O jogador tinha 22 anos na ocasião.
– Foi muito bem comigo lá. Fez muito gol cortando para o meio e chapando. Ele chapa bem essas bolas tirando do goleiro. E tem uma batida muito boa, era cobrador de faltas e escanteios, além de ser um cara taticamente muito aplicado. Foi bem demais, tanto que apareceram vários clubes. Teve ainda uma infelicidade, um problema no joelho faltavam umas 15 rodadas e teve que fazer cirurgia. Mas se destacou, tanto que o Cruzeiro o contratou mesmo machucado, e ele acabou de se recuperar lá – seguiu Comelli.
Depois de passar por Cruzeiro e Corinthians, chegou à Ponte Preta em 2017 e, com Gilson Kleina, não chegou a virar centroavante, mas passou a também atuar centralizado.
– As três posições, tanto centralizado, quanto pelos lados, ele fez comigo na Ponte Preta. Claro que a preferência dele é jogar pela esquerda, vindo para dentro. Nós fomos finalistas do Paulista e, depois, no Brasileiro, usando alguns recursos do Lucca. Como ele pode fazer um pouquinho ali por dentro, meia-atacante, nos jogos fora de casa nós utilizávamos essa situação. Ele tem uma transição e é muito inteligente para jogar nas costas dos volantes. Dentro de casa, minha frente era Clayson, Pottker e Lucca. E fora de casa nós abríamos mão de um dos atacantes para colocar o Lucca por dentro – conta Kleina.
Na temporada em questão fez 24 gols em 61 jogos, somando Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.
– Ele gosta de trazer para dentro, tem grande finalização. É um atacante de muito repertório. Mesmo jogando pelo lado do campo, é um finalizador. Faz gol e é comprometido com o esquema tático. Também tem a bola parada. Na Ponte, batia falta lateral, escanteio, faltas centrais e também treinava o pênalti. E é um jogador intenso na marcação, chega a ser agressivo no sentido de pressionar mesmo o homem da bola. Tenho certeza que ele foi monitorado pelo sistema de jogo. Pelo que às vezes assisto do Fluminense, na transição tanto ofensiva quanto defensiva, vai ser fundamental para o Odair – opina Kleina.
Lucca fechou com o Fluminense até o fim de abril de 2022.