(Foto: Thiago Gadelha/Ceará)

O técnico Lisca, popularmente conhecido como “Lisca Doido”, concedeu uma entrevista ao portal Lancenet recordando do ano de 2018, quando salvou o Ceará do rebaixamento em situação parecida com a que o Fluminense se encontra atualmente no Campeonato Brasileiro. O clube nordestino arrancou e conseguiu deixar o Z4 no segundo turno, permanecendo na Série A.

– Em 2018, o Ceará começou muito mal e me chamou de novo. Foi quase como uma convocação. Eu tinha saído do Paraná. A diferença daquele trabalho para esse que o Fluminense vai ter que realizar é que naquele ano tinha a Copa do Mundo. Uma parada de 40 dias depois da 12ª rodada. Isso me motivou. É uma notícia ruim para o Fluminense. Foi um campeonato diferente, tive uma pré-temporada e pude mudar muita coisa dentro da equipe, do clube, modelo de jogo, característica da equipe, mudança no plantel. Acho importante o treinador ter carta branca para poder adequar os jogadores aquilo que ele tá pensando para o período de recuperação. A gente trocou o grupo e treinamos demais no período da Copa. Oportunizamos muitos jogadores novos, como Everson, Felipe Jonathan, Leandro Carvalho, Arthur Cabral… Nenhum desses meninos tinham jogado a Série A. Jogadores com fome, necessidade de crescer. Bem diferente do que é o Fluminense – disse ele.

 
 
 

Lisca aproveitou para analisar o elenco do Fluminense e a chegada de Mano Menezes. O técnico gaúcho estreia no comando do Tricolor na próxima quinta-feira, diante do Internacional, com a missão de tirar a equipe verde, branca e grená do fundo do poço.

– São jogadores muito experientes. O John Kennedy também é bem importante. Fluminense perdeu peças importantes, como o Nino, André (lesionado) e Arias (na Copa América). Com a volta do André e Arias vai ser muito importante, assim como a chegada do Thiago Silva. O Mano tem que ser muito escutado na maneira como ele quer jogar, de alguma situação que ele sinta falta para ele colocar o que pensa em campo para essa recuperação. Talvez um time mais objetivo, que saiba transitar mais rápido. Talvez não tão técnico. Eu acho que ele tem que ter toda a liberdade, dar uma olhada nos meninos de Xerém. Fazer essa mescla entre maturidade e juventude. O Mano é um cara muito experiente. Trabalhamos juntos na base do Inter, acho que ele tem totais condições, mas acho que o Fluminense vai trazer até três jogadores. É uma tarefa difícil porque tem que subir de 15% para 52% de aproveitamento. Aproveitamento de pré-Libertadores, mas o Fluminense já mostrou que pode fazer isso. Vamos ver se com essa mudança radical de estilo de jogo, consegue fazer a recuperação – disse Lisca.