Um martírio que parece não acabar. Como assistir a um jogo do Fluminense atualmente sem fazer os olhos sangrar? Esse é o sentimento que certamente fica na maior parte da torcida tricolor após o novo papelão prestado pela equipe. Em casa, o Flu perdeu de 1 a 0 para o Vitória, nesta quinta, e segue com seis pontos na vergonhosa última posição do Campeonato Brasileiro com seis pontos. O gol foi de Janderson já no fim. A mudança de técnico com a saída de Fernando Diniz e entrada de Marcão, pelo menos num primeiro momento, não mudou o detestável futebol apresentado pelos jogadores tricolores.
Sob nova direção, o time do Fluminense até iniciou dando a falsa impressão de que soltaria mais o jogo e conseguiria controlar o duelo com o Vitória. Os primeiros minutos foram animadores. Toques rápidos e, inclusive, uma bela jogada individual de Keno que terminou em boa defesa do goleiro Lucas Arcanjo.
Ah se continuasse assim… Não demorou para o Flu voltar à pasmaceira das últimas partidas. Lentidão, morosidade e dificuldade para sair jogando. A torcida, claro, começou a perder a paciência diante da dificuldade. A cada erro de passe do volante Gabriel Pires (e não foram poucos) a arquibancada se manifestava fortemente.
De bom ficava apenas o fato do Vitória não conseguir ameaçar de fato. Apesar de alguns lances pelas pontas, Fábio não foi obrigado a praticar qualquer intervenção de maior complexidade. O Flu só daria sinal daquele time que encantou em 2023 nos minutos finais, quando Ganso conseguiu bela tabela com Terans e cruzou para Cano finalizar. Mais uma vez, Lucas Arcanjo trabalhou bem. E foi só no primeiro tempo. Ao apito do árbitro, um misto de vaias e tentativas de aplausos vinham da torcida tricolor.
Na etapa final, o Flu repetiu o que já havia feito. Começou fazendo o goleiro trabalhar num belo chute de Marcelo e foi perdendo fôlego. Era um time pouquíssimo inspirado com apenas Ganso no meio ainda tentando alguma coisa. Pela ponta esquerda, Keno até conseguia boas arrancadas, mas não era tão feliz nas conclusões e passes.
A torcida, claro, foi perdendo a paciência. Marcão demorava um século para mexer no time. Exceto pela entrada de Alexsander no lugar do apagadíssimo Gabriel Pires no intervalo, esperou mais meia-hora para tentar novas trocas. Foi quando sacou do banco John Kennedy e Renato Augusto para os lugares, respectivamente, de Ganso e Martinelli.
Nada adiantava e, como desgraça pouca é bobagem, dava para piorar a esculhambação. Já no fim, Zé Hugo saiu driblando todo mundo do Fluminense como quis e tocou para Janderson fuzilar no canto de Fábio. Uma verdadeira humilhação ao campeão da América. Perder em casa para um adversário absurdamente fraco, que em momento algum quis o jogo e já se mostrava contente com o empate. E o pior: de forma merecida. Ao fim, os gritos de grito sem vergonha voltaram a ecoar na arquibancada. E alguém pode discordar dos heróis que desperdiçaram seu dia vendo esse time jogar? Claro que não! Impossível sintetizar melhor esse momento patético do que dessa forma. No domingo, tem confronto com o Grêmio em Caxias do Sul. Dá pra piorar? Provavelmente sim! A Série B desse jeito é logo ali.
O Fluminense jogou com: Fábio, Samuel Xavier, Antonio Carlos, Thiago Santos e Marcelo (Diogo Barbosa, 40′ do 2ºT); Martinelli (Renato Augusto, 31′ do 2ºT), Gabriel Pires (Alexsander, intervalo) e Ganso (John Kennedy, 31′ do 2ºT); David Terans, Keno (Douglas Costa, 40′ do 2ºT) e Germán Cano.