Problemas com contusões, equipe jovem e instabilidade. O Fluminense passou por muitas dificuldades ao longo da temporada, no que tange a construção de uma formação para a equipe. Principal pilar do elenco, o técnico Abel Braga falou sobre a situação.
– Se você pega o time do Fluminense que começou o campeonato Carioca, foi um time que ficou sete jogos sem tomar gol, que jogou um futebol fantástico. Aí vem a contusão do Scarpa, depois vem a do Douglas e depois vem a do Sornoza. Montamos uma outra equipe. Surgiu o Wendel, o Luiz Fernando começando a aparecer e Richarlison vindo da Seleção. Aí ficamos com Richarlison, Wellington Silva e Dourado. Jogando com três atacantes, a equipe ficou mais ofensiva, rápida e que botava medo no adversário. Hoje o futebol está assim: você quer a bola. Um time tem 58% e outro tem 42%, mas é esse que ganha o jogo. O perigo no futebol é quando se tem a bola. E quando você tem dois caras rápidos do lado campo, o adversário tem a bola mas tem medo. Sabe que não pode rifar a bola. Então tivemos que fazer essa equipe. Depois voltou o Douglas mas perdemos o Richarlison. Aí começa outro processo. Você dá uma sequencia ao Léo, aí o Léo cai um pouco. Chega o Marlon, que vem de uma camisa com menos peso, com grande qualidade, e em algum momento ele vai dar o salto que precisa para se firmar. Se você parar para pensar, de fevereiro até outubro, quantas equipes já foram formadas em oito meses? Isso prejudica o coletivo. E quando prejudica o coletivo você começa a ter preocupação em dar a responsabilidade a quem tecnicamente faz diferença, mas que não vão resolver sozinho. Por isso tenho tanta admiração pelo Scarpa: porque não se esconde, corre luta, está sempre disposto. Mas fica pesado sozinho. Acredito que a coisa deve melhorar. Douglas está com mais ritmo, mais inteiro, Sornoza mais inteiro e pode chegar a um nível melhor – analisou.