Enquanto alguns ganharam fama com o título estadual de 1995, outras caíram no ostracismo. É o caso de Ronald. O ex-lateral do Fluminense hoje é taxista. Enquanto não realiza o sonho de dar aula de futebol, sua área, faz a alegria dos tricolores.
– Quando entra tricolor no táxi, os caras ficam loucos. Os caras tiram fotos, ficam batendo papo a corrida toda. Nas ruas as pessoas me reconhecem direto, foi muito marcante aquele gol do Renato Gaúcho de barriga. Os torcedores do Fluminense reconhecem na hora, entram, ficam olhando e depois falam – contou Ronald.
O ex-jogador trabalha no táxi há três meses, mas já conhece os dilemas da profissão.
– O Uber está acabando com o taxista. O valor deles é muito baixo. Mas aqui na zona sul o pessoal ainda pega taxi, se você estiver na rua rodando direitinho, você consegue faturar, sim. É meu ganha-pão. Esse táxi é de um amigo que jogou a chave no meu peito e falou: ‘é teu agora’. O carro é como se fosse meu, eu fico com ele direto e trabalho os 7 dias da semana. Deve dar quase uns 4 mil reais por mês, mas tem que tirar a diária 120 reais que vai para o dono do táxi. Eu faço a diária e o que entrar depois o valor é meu.
Há 17 anos, Ronald tem uma escolinha de futebol que carrega seu nome e cujo gramado está passando por reforma – motivo, aliás, da nova vida como taxista. Como não queria ficar parada, ele aceitou o desafio da nova profissão.