Campeão carioca e brasileiro em 2012 pelo Fluminense, o meia Wagner, atualmente no Vila Nova, vai se reencontrar com a torcida tricolor, nesta terça-feira, no Maracanã, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Em entrevista exclusiva ao NETFLU, o jogador falou sobre o duelo contra seu ex-time, sua relação com o técnico Abel Braga, além do sonho de retornar.
NETFLU: O sorteio da Copa do Brasil colocou o Vila Nova no caminho do Fluminense, como vai ser esse reencontro?
Wagner: Sinto uma gratidão enorme. Você passar quatro anos num clube é muito difícil, fui campeão duas vezes, brasileiro E carioca. É uma pena que vou estar do lado de cá, mas são ossos do ofício e pode ter certeza que estarei ali defendendo o Vila Nova com unhas e dentes.
NETFLU: Qual a relação do Fred com sua ida ao Flu?
Wagner: Ele foi primordial, porque eu já estava fechado com o Palmeiras. E o Fred me ligou logo em seguida e eu aceitei pelo projeto, contrato. Ele mudou o meu rumo, porque o Felipão tinha me ligado. No fim, eu tomei a decisão certa.
NETFLU: Mantém contato com o camisa 9?
Wagner: Desde a época do América a gente conversa, somos amigos, tenho contato. É uma figura marcante. É o último ídolo em atividade vestindo a camisa do Fluminense. Eu tenho visto as notícias que ele vai se aposentar, mas tomara que ele siga no Fluminense fora de campo, porque vai dar muitas alegrias seja como dirigente ou treinador.
NETFLU: E você, pensa em voltar ao Fluminense nesta condição de dirigente ou treinador?
Wagner: Eu passei a maior parte da minha carreira no futebol aqui no Rio. E muita gente, muitas pessoas mesmo, falam que eu tenho perfil de futebol, de trabalhar no campo, até mesmo por trás, nos bastidores. Mas tenho muito que estudar, porque é um mundo que toma muito o nosso tempo. Então, não curti quase nada meu pai, minha mãe, esposa e meus filhos. Eu tenho futebol pulsando no meu sangue. Depois de curtir um ano com a minha família, vou querer voltar ao futebol e quem sabe possa estar vestindo as cores do Tricolor.
NETFLU: Qual foi a influência da Unimed e Celso Barros na formação daquele elenco estrelado em que você conquistou títulos importantes?
Wagner: O Celso era o pilar, ele montou aquela equipe, estrutura. Pagava excelentes salários, tínhamos um baita time, um baita grupo.
NETFLU: E como foi o processo de ruptura da Unimed com o Fluminense, lembrando que você defendia o clube neste período?
Wagner: Quando teve esse conflito da Unimed com o clube, a gente tinha uma sequência boa. .A situação em si pegou muita gente de surpresa, alguns entraram na Justiça, outros fizeram acordo. Era a última coisa que nós pensávamos que aconteceria naquele momento, porque a parceria tinha um sucesso de longa data. Mas são coisas do futebol. Eu vim a sair em 2015 e o Fluminense sentiu um baque. Agora eu espero que o Mário continue levando o Fluminense rumo às vitórias.
NETFLU: Como você enxerga o ressurgimento de Abel nesta temporada, técnico com quem você trabalhou no mesmo Fluminense?
Wagner: O Abel é vencedor, isso é inquestionável. Quando as pessoas querem rotular outras sem estar vestindo o chinelo delas, é covardia. Ele provou mais uma vez que pode dar a volta por cima, conquistando o Carioca. Não importa o que os outros pensam, ele segue as convicções e conquista.
NETFLU: Durante dois anos, o meia Paulo Henrique Ganso, que atua em setor parecido ao seu, foi “esquecido” no Fluminense. Agora, com Abel, o atleta voltou a ter papel de destaque, que não tinha desde a saída de Diniz. A que se deve isso?
Wagner: Ele (Ganso) é craque. Sempre foi. Só que no futebol as coisas mudaram muito. Tem muita correria, transição, está muito difícil. O Abel achou um lugar onde o Ganso se sente confortável para poder lançar os jogadores certo. O Abel consegue fazer isso com o atleta. Esse tipo de treinador também está faltando no mercado. A gente tem muito mais do mesmo e esquecemos de olhar os caras de mais estrada, mais antigos, que possuem essa percepção como o Abel.
NETFLU: Qual é a expectativa para o duelo contra o Fluminense, no Maracanã, pela Copa do Brasil?
Wagner: Expectativa de um grande jogo. A gente está chegando confiante, sabendo que a dificuldade vai ser imensa, enfrentando a torcida também. Esperamos fazer os gols para poder levar uma boa vantagem para a nossa casa. Se eu fosse dar um palpite, chutaria 1 a 0 para nós (risos).
NETFLU: Deixa um recado para a torcida tricolor
Wagner: Tenho muitas saudades de vê-los fazendo a festa do pó-de-arroz. Toda vez que o Fluminense vai jogar eu vou acompanhar, vejo, torço. Sinto falta demais porque marcou muito a minha vida.