(Foto: Reprodução FluTV)

Michael Simoni não é mais o diretor de projetos de saúde do Fluminense. O ortopedista, em comunicado através de seus perfis nas redes sociais, revelou que deixa o cargo para se dedicar à campanha de Mário Bittencourt e Ricardo Tenório, que, muito provavelmente, será oficializada em setembro. Em entrevista ao NETFLU, esclareceu a decisão:

– Eu conversei com o Peter no começo do ano e fizemos um acordo que se eu me envolvesse politicamente sairia da gestão. E ele também me pediu isso. É a primeira vez que me envolvo com a política do clube, apesar de ter sido acusado algumas vezes de ser ligado a um ou outro candidato. Agora resolvi participar (da política) pela relação de anos com o Mário e o Tenório. Ainda não é certa a candidatura e fui chamado para discutir um projeto de visão que cada um tem e qual alinhamento teremos para o bem do Fluminense. Eles já vem se reunindo com muitos grupos separadadamente para ouvir deles o que têm como objetivo para alinhar os pensamentos. Depois que isso for resolvido será decidido por uma candidatura, que é uma tendência, mas não está decidida ainda – explicou Simoni, que não vê prejuízos ao clube com sua saída:

 
 
 

– O departamento médico do Fluminense, hoje, funciona muito bem, o que me deixa absolutamente tranquilo. Quando entrei, consegui resolver a questão do plano de saúde, a mudança da Unimed para a Amil, o plano atual, e os ajustes disso, ao trazer uma categoria de planos igual para Xerém e o futebol profissional. Foi difícil e rendeu tempo. Os outros projetos que, efetivamente, eu tenho, demandam um custo e a gestão Peter está acabando. Conversei muito claramente, falei longamente ontem (terça) com o Peter, agradeci a ele, a todos, mas a gestão está terminando e posso usar minha influência política para o que acredito. Tenho respeito e admiração pelos outros candidatos, o Abad, o Trengrouse, querem o melhor para o Fluminense, mas conheço o Mário há 15 anos, o Tenório há dez, eles me convidaram para conversar, para participar e dividir alinhamento de visão. Minha saída do departamento médico não vai impactar, posso garantir, pois o Douglas (Santos, chefe do departamento médico) faz um trabalho brilhante com o Filé (Nilton Petrone, fisioterapeuta) e eles entenderam minha visão. Posso ajudar mais no futuro recuando um pouco agora, apoiando uma pessoa que conheço há 15 anos e que acho estar preparada para assumir a presidência do clube. Se for, realmente, candidato, estarei participando disso.

Confira outros trechos da entrevista abaixo:

 

Volta com o mesmo cargo?

– Eu saio com um cargo não remunerado e, se tivermos sucesso na empreitada, volto com o mesmo cargo não remunerado, com a mesma ideia. Minha participação será na área de saúde.

Ética

– A minha linha de apoiar o Mário é falar bem dos nosso projetos e jamais vou usar dentro da campanha uma forma de criticar o caráter, a personalidade da pessoa. Acho a candidatura do Abad legítima. As condutas que ele toma só dizem respeito a ele. E da minha parte terá o devido respeito e admiração, pois é mais uma pessoa que pretende parar a sua vida para se doar ao Fluminense. Eu estou saindo para apoiar um candidato de oposição, diferente dele, que é o presidente do conselho fiscal e candidato da situação. Não vejo nenhum problema em ele continuar no cargo mesmo candidato. Seria esquisito se ele fosse o candidato da oposição, o que não é o caso.
Unificação da oposição

– É um clichê verdadeiro, mas cabe a cada um mostrar o seu melhor, o que pode. Se ocorrer essa união, que aconteça, mas não no sentido de querer derrotar alguém, mas de construir mais juntos. O Peter fez um mandato com muitos legados positivos, benfeitorias. Errar todo mundo erra, faz parte do processo. O Mário errou em muitas coisas e acertou em tantas outras. O legado do Peter é bonito, bacana e não estou pensando se vou derrotar alguém. Tenho muitos amigos queridos da Flusócio, gente da minha total confiança, não tem um nada de negativo para falar do Pedro Abad. Agora, se a oposição se juntar, óbvio, se tratando de uma bipolarização de duas chapas, aumentam as possibilidades. Mas as pessoas não podem fazer isso com o intuito de derrotar X ou Y. O cenário está se desenhando para duas ou três chapas.

 

Censura ao NETFLU

– Sou uma pessoa democrática e a minha opinião vai ser sempre, em qualquer circunstância de vida, contra qualquer forma de censura. Temos de conviver com o lado bom e ruim, faz parte do jogo e sou contra a qualquer forma de censura. O NETFLU é um órgão muito importante, vem há muitos anos sendo a primeira linha de conferência das pessoas sobre o que acontece no Fluminense. Mas os detalhes não posso comentar, porque não participei disso.