(Foto: Nelson Perez - FFC)

Fim de ano e muito se fala naquele que termina. O futebol segue a tradição mas me poupei de ler ou assistir sobre o 2017 do nosso Fluminense.

 
 
 

Pois bem, além de outro ano com rendimento ridículo em campo, o clube ainda viveu as dores imensuráveis das perdas de pais – Abel e agora, o Leo Percovich – o que nos coloca, como torcida, numa esfera que só a criatura humana alcança com tamanha dimensão, do incondicional carinho e solidariedade.

Desconheço o autor, mas é perfeita a frase: “Das coisas menos importantes, o futebol foi a melhor de todas invenções”.

Acredito porque nos traz intensamente o que somos como criatura humana, mesmo quando escolhemos o ódio como fizeram os criminosos com a camisa do Flamengo, no último dia 13, nessa maior demonstração de infelicidade e ausência total de autoamor, sobretudo.

Mas quando a bola rola, cada um assume um papel único e fundamental, tendo sempre como os protagonistas: o jogador e a torcida.

O treinador é o diretor, solidifica as cenas (jogadas), seu ritmo (postura), a marcação dos atores (posicionamento), tendo que perceber, como numa novela, que o futebol é uma obra aberta e o imprevisível é quem sempre decidirá seu final, o que leva à mudanças de “pares”, ritmos e posicionamentos.

Nenhum tricolor quer retrospectiva 2017 com as dores de perdas de filhos, nem dentro de campo, com um time com potencial para almejar ao menos uma Libertadores, vagas conquistadas por times tão ruins ou piores, embora quase tenhamos caído porque Abel tremeu e temeu.

Nosso treinador nunca teve perfil de trabalhar com garotos como tem, por exemplo, Dorival Jr. Não é crítica a Abel, é só seu perfil. Sua permanência, apesar disso, era essencial nesse momento de descrédito administrativo.

Para 2018 não ser mais do mesmo, fundamental é modificar a proposta e postura de jogo, mesmo “só com muitos garotos”, afinal, UM CLUBE DO NOSSO TAMANHO, não disputa campeonatos enfrentando Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique…

Para 2018, dentro de campo, sem mais as ladaínhas do Abel; nenhum “mimimi” de diretor; nem carinha feia de jogador para a torcida, que em sua maioria, não sabe que não estão pagando em dia o salário. Alás, para muitos, um salario astronômico, que o mesmo da carinha feia já ganha porque o torcedor existe e consome futebol.

Para 2018, desejo equilíbrio com ousadia, coragem, ofensividade. Sem pequenez, complexo de vira-latas (imagino Nelson Rodrigues assistindo esse Fluminense…), sem retranca nem tremores ou temores.

O Indepediente, Abel, com um atacante de 18 anos, time jovem, com menos cascudos que o seu tinha (Cavalieri, Lucas, Henrique, Scarpa, Orejuela, Sornoza, Scarpa, Wellington Silva) não tomou conhecimento do “time do tamanho do Flamengo”.

Não repita isso em 2018 porque não, não queremos nem merecemos mais um ano, “mais do mesmo”, “independiente” de time jovem no papel porque se elenco forte é relativo, só vermos o ano do Palmeiras e Atlético-MG.

Feliz 2018 para a torcida mais desprezada pela direção do seu clube, no entanto, aquela que nos últimos dez anos proporcionou os mais belos espetáculos que os maiores estádios do Rio viu.

Feliz 2018, tricolor, de todo Brasil.

Fraternalmente,
ST.