A Associação Nacional Tricolor de Coração impetrou uma ação na Justiça solicitando que o Fluminense disponibilize cópias dos livros de assinatura preenchidos pelo sócios na última eleição do clube, bem como um relatório do total de votantes. O clube, em um primeiro momento negou, depois se mostrou favorável, porém, não respondeu ao requerimento.
Sendo assim, o grupo político de oposição ajuizou uma Ação de Exibição de Documentos, “a qual tem como objetivo, único e exclusivo, o esclarecimento e a divulgação de todos os documentos pertinentes aqui descritos e detalhados sobre a Assembleia Geral (eleição) ocorrida no Fluminense Football Club em 26 de novembro de 2016, ocasião em que foi eleita a chapa que atualmente “governa” o clube”. Veja abaixo na íntegra a nota o grupo:
A transparência está intimamente ligada a um dos credos fundamentais da TC, pois entendemos que apenas através da total transparência é possível conhecer, estudar, debater e melhorar o Fluminense.
Nesse contexto, um mês após a eleição de 26.11.2016, solicitamos formal e administrativamente à presidência do Conselho Deliberativo do clube que fossem disponibilizadas cópias dos livros de assinatura preenchidos pelos sócios que compareceram para exercer seu direito de voto, bem como um relatório analítico simples com a divulgação do total de votantes divididos pela categoria de sócio (sócio proprietário, sócio contribuinte, sócio futebol, sócio atleta etc., o que é de vital importância para entender o engajamento, o comportamento, os anseios e os interesses de cada categoria de sócio na vida do clube com vistas a fazer o clube cada dia melhor).
Tal requerimento foi respondido tempos depois, de modo inusitado, pelo ex-presidente do Conselho Deliberativo (em papel timbrado oficial do clube). E o pedido das cópias foi negado sob o esdrúxulo fundamento de que “violaria a privacidade dos sócios” (o que chega a ser bizarro diante do fato de que as chapas receberam a lista completa dos sócios com todos os dados pessoais dos mesmos para contato e uso exclusivo para fins eleitorais), mas foi descrito na mesma resposta que o relatório analítico já estava sendo elaborado internamente pelo clube e que, em breve, seria amplamente divulgado a todos os sócios (o que nunca se tornou realidade).
Passadas mais algumas longas semanas e sem nenhuma novidade com relação ao prometido relatório analítico, fomos interpelar a mesa do Conselho Deliberativo em busca de entender o motivo da demora e o porquê de tais dados estarem sendo escondidos.
Para nossa surpresa, a atual mesa do Conselho Deliberativo disse que não havia o menor problema em disponibilizar os dados analíticos solicitados, assim como seria fácil disponibilizar TAMBÉM as cópias solicitadas originalmente, desde que o pedido fosse reiterado de modo formal para apreciação pela nova mesa do Conselho Deliberativo (o que deveria ter sido feito desde o início e não pelo “ex-presidente”).
E assim, seguindo o que nos foi orientado oficialmente por um dos poderes do clube (sendo o presidente do Conselho Deliberativo o responsável estatutário por comandar a eleição no Fluminense e todos os seus desdobramentos), apresentamos novo pedido escrito formal de igual teor.
Fato é que sequer se deram ao trabalho de responder a esse novo requerimento (mesmo que fosse para negar).
Portanto, diante de tudo o acima relatado, procuramos o Poder Judiciário para conseguir algo tão simples e que seria fácil de providenciar em nome da transparência e do direito à informação que todo e qualquer sócio tem.
Importante esclarecer que a demanda judicial já em curso é uma Ação de Exibição de Documentos, a qual tem como objetivo, único e exclusivo, o esclarecimento e a divulgação de todos os documentos pertinentes aqui descritos e detalhados sobre a Assembleia Geral (eleição) ocorrida no Fluminense Football Club em 26 de novembro de 2016, ocasião em que foi eleita a chapa que atualmente “governa” o clube.
E deixamos claro desde já, antes que deturpem a verdade dos fatos, que tal ação judicial não tem conteúdo econômico, não pretende anular a eleição, não pretende descobrir o voto de cada um (o que seria absurdo e faticamente impossível diante da criptografia das urnas eletrônicas, as quais já foram inclusive totalmente apagadas), não gera qualquer risco ou problema ao clube. Ou seja, o Fluminense Football Club não sofre o risco de nenhuma condenação em dinheiro que possa piorar sua já caótica situação financeira. Tampouco sofre o risco de qualquer “instabilidade” por algo tão simples. Quem disser o contrário estará apenas pensando em enganar aos tricolores.
Aliás, a própria ação judicial pode ter uma vida muito curta, bastando para isso que o clube cumpra com suas obrigações de lealdade e verdade para com os sócios e providencie “uma dúzia” de cópias para entregar e divulgar para a TC e para todos os tricolores. Ou então, podemos vir a ter uma briga judicial arrastada, situação análoga recentemente vivenciada em outro grande clube do Rio de Janeiro que obteve a transparência somente através da Justiça comum.
Tudo depende da índole dos poderes atuais do Fluminense? A decisão está na mão da atual gestão.
A Tricolor de Coração é uma verdadeira oposição aos desmandos e arbitrariedades existentes no Fluminense. A Tricolor de Coração tem cara, tem voz e tem alma. A Tricolor de Coração não tem medo de lutar pelo que é certo e o melhor para o Fluminense, custe o que custar, doa a quem doer. Esta é nossa primeira ação judicial. Tomara que seja a única. Mas se precisar, faremos várias (até porque existem alguns outros requerimentos que ainda não nos responderam…). O Fluminense “somos todos nós” não pode ser apenas um slogan bonito, tem que ser uma realidade e vamos lutar até o fim por isso. Aguardemos o desenrolar disso tudo. Sempre vigilantes e sempre atuantes.
Saudações Tricolores de Coração.