Enquanto se mobiliza no Congresso para mudar o texto da MP do Futebol , que estabelece regras transparentes para o futebol brasileiro, a CBF age internamente em busca de apoio de clubes, atletas e treinadores a fim de dar uma demonstração de que estaria disposta a moralizar o futebol nacional. Nesta segunda, por exemplo, ela determinou a criação de uma comissão que atuará especificamente para normatizar o sistema de licenciamento dos clubes brasileiros.
Trata-se de uma exigência da Fifa, em vigor desde 2007. No entanto, por oito anos a CBF não teve interesse em adotar nenhuma medida que atendesse à entidade máxima do futebol. Como agora o contexto é outro, com a edição da MP em março assinada pela presidente Dilma Rousseff, a CBF passou a correr a procura de uma alternativa.
O licenciamento dos clubes tem como base o “fair play financeiro”. Se posto em prática, um clube não obterá licença para participar de competições organizadas pela CBF se estiver, por exemplo, com salários atrasados ou em dívida com a União.
A comissão criada nesta segunda vai reunir dez integrantes: com dois clubes (Flamengo e Fluminense), dois dirigentes da CBF, dois representantes do sindicato nacional dos clubes, dois atletas, e dois membros de entidades representativas dos atletas (excluindo-se aqui nomes do Bom Senso FC, que nem foram convidados para a reunião).