Aliado do Fluminense no sentido de não retomar o Campeonato Carioca neste momento, o Botafogo mantém uma postura firme. Após a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) marcar jogos de ambos para a próxima segunda-feira, Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente e hoje membro do conselho gestor alvinegro, já avisou que a dupla não irá a campo. E mais. Falou que para ter os dois clubes e a sequência da competição sem problemas judiciais, que seja a partir do dia 1º de julho.
— Se quiserem que Botafogo e Fluminense joguem e não tenha judicialização, que a TV pague normalmente, que não tenha conflito, marquem as datas de 1º e 4 de julho para Botafogo e Fluminense jogarem. Se quiserem rodada dupla a gente aceita. O que não pode é voltar antes do dia 1º. Porque foram 100 dias parado. Cada meia hora é importante para o jogador se preparar. Aí vem a discussão do outro lado “Por que o Botafogo não treinou antes?” Porque eu tive medo. Uma parte (da comunidade científica) dizia que podia treinar. Outra parte mandava ficar isolado. E tem outra coisa que ninguém fala que é a falta de respeito de você jogar com 1.200, 1.300 mortos por dia. Por isso os outros países não tiveram jogo tão cedo – disse, emendando:
— 1.300 mortos são dez aviões que caíram. É uma falta de respeito tremenda. Flamengo e Bangu, às nove da noite, no Maracanã, sem uma alma viva na arquibancada. Estarão jogando do lado de gente morrendo no hospital de campanha. É falta de respeito.
Montenegro ainda avisou que não adianta nem mandarem equipes ao Nilton Santos, onde está marcado o jogo do Botafogo na próxima segunda-feira, contra a Cabofriense:
— O Botafogo quer jogar, terminar o campeonato no campo. Mas também quer ser respeitado. Estamos prontos para jogar dia 1º e dia 4. No dia 22 estaremos treinando. O estádio vai estar fechado. Não vai ter jogo lá. Não precisa a palhaçada de mandar juiz esperar 30 minutos. Eu mando um ofício do Botafogo para a federação dizendo que a gente perdeu e eles são os grandes vencedores – disparou.