(Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

Considero impossível esgotar o assunto “Diniz na Seleção” com os elementos que temos por agora. Ainda que da forma precária à qual estamos acostumados, explicações e detalhes serão informados e novos aspectos influenciarão nas nossas análises. Mas algumas coisas já podem ser ditas.

O Fluminense está disputando uma Libertadores que, a despeito do péssimo momento, vem sendo encarada com muita esperança por todos no clube. Tanto é assim que o Mário se comprometeu a não vender ninguém importante na janela de meio de ano.

 
 
 

Para ganhar uma competição dessa natureza é preciso de uma conjunção de fatores. Não tem jeito. Tem que ter sorte, bom time, muita vontade, postura de campeão e, sobretudo, foco, muito foco.

Por mais que tentemos olhar o copo meio cheio, a presença de Fernando Diniz na Seleção escala um Everest de visibilidade e pressão. Já não estamos mais falando das repercussões de setoristas, youtubers e de cinco ou seis minutos – quando muito – nos programas esportivos.

Por mais que a Seleção brasileira seja um saco, ela é MUITO assunto. Diniz vai convocar jogadores do Flu? Mil análises. Vai convocar jogadores de rivais, em eventual véspera de jogos contra o Flu pelo Brasileiro ou Libertadores? Mil análises.

Eventual não convocação de um tricolor selecionável poderá ser motivo de mau desempenho ou de irritação com o treinador? Mais mil. O tempo para treino na data Fifa será comandado por quem? Auxiliar? Quanto isso seria prejudicial ao Flu?

Um pênalti mal marcado a favor do Fluminense? Pauta de meia hora nas mesas redondas. Fernando Diniz tem sido justamente criticado por não estar conseguindo lidar com pressão. Nem dentro, nem fora de campo.

Por que o Fluminense acha que será diferente com o acúmulo de cargo com a midiática seleção? Nada faz sentido nessa decisão, meus amigos.

Entendo que o clube queira manter o treinador. Muita gente quer, inclusive quem vos escreve. Essa, aliás, é uma discussão comum aos torcedores. Normalíssima para quem gosta de futebol. Uns querem, outros não. Segue o baile.

Mas daí a aceitar qualquer situação para que ele fique vai uma grande distância. O Fluminense é muito mais importante que a Seleção para nós, tricolores. Deveria ser também para nosso presidente.

Mário tinha que ter isso no cálculo quando aceitou essa surreal solução salomonica. Acima de nossas vontades está o interesse do Fluminense e o respeito com suas ambições. É desejo do treinador ser INTERINO da CBF?

Deixa o cara ir. Receba a multa e traga outro treinador. Seria ótimo para alguns, doloroso para outros, mas manteria a integridade do Fluminense enquanto protagonista, que é como nós, tricolores, devemos encarar a coisa.

Do jeito que está, Mario aposta alto num desfecho positivo e se comunica muito mais com o mundo do futebol do que com os torcedores do clube que preside.

Por que isso? Alguma ideia, amigos? Eu, definitivament,e não gostaria de ter um treinador que não estivesse cem por cento focado no clube neste momento. Por melhor que ele fosse.

Essa premissa, que me parece inegociável, foi relativizada em decisão que atende aos interesses do Diniz, aos da CBF e coloca o clube e seu torcedor na única posição que não admitimos que nos coloquem: a secundária.

Erros de gestão amadores, em sequência, estão transformando o ano do Fluminense num emaranhado de problemas.

A conta será paga pelos de sempre. Vamos aguardar os próximos capítulos. E saber se teremos respostas que em regra não são dadas ao torcedor com respeito e transparência.

Que trapalhada! Abraços tricolores!