O portal ge fez um compilado de todos os jogadores citados até aqui no escândalo das apostas. Por intermédio da Operação Penalidade Máxima II, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) apura os envolvidos na manipulação de partidas para beneficiar apostadores. Punições podem chegar a até seis anos de cadeia.
No caso do Fluminense, o zagueiro Vitor Mendes foi citado ainda pelo tempo que defendia o Juventude, mas afastado preventivamente pelo clube. Veja a compilação dos citados até o momento:
EDUARDO BAUERMANN (zagueiro, Santos)
Artigo 41-C do Estatuto do Torcedor, por duas vezes: solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado.
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa.
O que ele fez: a) aceitou vantagem patrimonial indevida (R$ 50 mil) com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Santos x Avaí, da Série A do Campeonato Brasileiro 2022.
b) Aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Botafogo x Santos, da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022.
A vantagem consistiu na promessa de pagamento em montante ainda não precisado, para que fosse punido com cartão vermelho.
Consta que Bauermann, apesar de ter aceitado valores na rodada anterior (contra o Avaí), não “cumpriu” sua parte no acordo ao não ser punido com cartão amarelo. Por isso, na rodada imediatamente seguinte e ainda com a posse da quantia recebida, novamente aceitou a promessa de valores indevidos para, agora, ser expulso na partida.
GABRIEL TOTA (meia, Ypiranga-RS)
Artigo 41-D do Estatuto do Torcedor por duas vezes: dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva ou evento a ela associado.
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa.
O que ele fez: Bruno Lopez de Moura e Ícaro Fernando Calixto dos Santos, com a participação de Gabriel Tota, previamente ajustados, em unidade de desígnios, prometeram e deram vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Juventude x Fortaleza.
Paulo Miranda, de forma consciente e voluntária, ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta, aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado. A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 60 mil, dos quais R$ 5 mil foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento na conta de Gabriel Tota, para posterior repasse a Paulo Miranda, para que este fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado pelo jogador.
Bruno Lopez de Moura, Romário Hugo dos Santos e Ícaro Fernando Calixto dos Santos, com a participação de Gabriel Tota, previamente ajustados prometeram e deram vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Goiás x Juventude.
Consta que Paulo Miranda, de forma consciente e voluntária, ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta, aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Goiás x Juventude.
A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 50 mil (cinquenta mil reais), dos quais R$ 10 mil foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento providenciado por Romário Hugo dos Santos para a conta de Gabriel Tota, para posterior repasse a Paulo Miranda, para que este, fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado pelo jogador.
PAULO MIRANDA (zagueiro, sem clube)
Artigo 41-C do Estatuto do Torcedor, por duas vezes: solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado.
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa.
O que ele fez: aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Juventude x Fortaleza. A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 60 mil, dos quais R$ 5 mil foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento na conta de Gabriel Tota para posterior repasse a Paulo Miranda para que ele fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado.
Aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Goiás x Juventude. A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 50 mil, dos quais R$ 10 mil foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento providenciado por Romário Hugo dos Santos para a conta de Gabriel Tota para posterior repasse a Paulo Miranda para que ele fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado.
IGOR CARIÚS (lateral-esquerdo, Sport)
Artigo 41-C do Estatuto do Torcedor, por duas vezes: solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado.
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa.
O que ele fez: aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Ceará x Cuiabá. A vantagem consistiu na promessa de pagamento em montante total ainda não precisado, porém certo que R$ 5 mil foram efetivamente entregues ao jogador antes mesmo da realização do jogo e ele fosse punido com cartão amarelo, o que foi efetivamente providenciado.
Aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Palmeiras x Cuiabá. A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 60 mil para que ele fosse punido com cartão amarelo na partida.
VICTOR RAMOS (zagueiro, Chapecoense)
Artigo 41-C do Estatuto do Torcedor: solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado.
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa.
O que ele fez: aceitou a promessa de vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Guarani x Portuguesa, do Campeonato Paulista de 2023.
A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 100 mil para que Victor Ramos cometesse uma penalidade máxima durante a partida. Como os apostadores não encontraram outros jogadores para realizar a manipulação, o esquema não foi concluído.
FERNANDO NETO (volante, São Bernardo)
Artigo 41-C do Estatuto do Torcedor: solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado.
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa.
O que ele fez: aceitou vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Sport x Operário, pela Série B de 2022. A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 500 mil, dos quais R$ 40 mil foram efetivamente entregues a Fernando Neto antes mesmo da realização do jogo para que ele fosse punido com cartão vermelho na partida.
MATHEUS GOMES (goleiro, sem clube)
Artigo 41-D do Estatuto do Torcedor: dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva ou evento a ela associado.
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa.
O que ele fez: prometeu e deu vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado ou evento de competição esportiva entre Sport x Operário-PR, pela Série B de 2022. A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 500 mil, dos quais R$ 40 mil foram efetivamente entregues a Fernando Neto antes mesmo da realização do jogo para que ele fosse punido com cartão vermelho na partida.
Consta que o contato da manipulação de resultado foi iniciado por Matheus Gomes e posteriormente realizado por Bruno Lopez de Moura com o atleta.
Acordos com o MP
Quatro jogadores descobertos no esquema admitiram envolvimento e não foram denunciados: o zagueiro Kevin Lomónaco, do Bragantino, o lateral-esquerdo Moraes, do Atlético-GO, o volante Nikolas Farias, do Novo Hamburgo-RS, e o atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM.
O que eles fizeram?
MORAES: Foram oferecidos R$ 30 mil para que ele recebesse cartão amarelo em Palmeiras 2 x 1 Juventude. R$ 5 mil foram pagos antes do jogo. O atleta terminou de fato advertido.
Promessa de pagamento de R$ 50 mil, sendo R$ 20 mil antes do jogo, para que o lateral-esquerdo Moraes levasse amarelo, o que aconteceu, em Goiás 1 x 0 Juventude.
KEVIN LOMÓNACO: Pagamento de R$ 70 mil, sendo R$ 30 mil antes do jogo para que o zagueiro levasse cartão amarelo, como de fato aconteceu, em Bragantino 1 x 4 América-MG.
Promessa de pagamento de R$ 200 mil para que ele cometesse um pênalti no primeiro tempo em Portuguesa 3 x 0 Bragantino. Ele não aceitou.
NIKOLAS FARIAS: Promessa de pagamento de R$ 80 mil, sendo R$ 5 mil depositados antes do jogo para que ele, jogando pelo Novo Hamburgo, fizesse um pênalti no jogo contra o Esportivo, pelo Campeonato Gaúcho deste ano. Ele cometeu a penalidade.
JARRO PEDROSO: Pagamento de R$ 70 mil, sendo R$ 30 mil depositados antes da partida para que Jarro, do São Luiz, cometesse um pênalti no primeiro tempo do jogo contra o Caxias, pelo Campeonato Gaúcho de 2023. Ele fez a falta aos 15 minutos de jogo e pediu para ser substituído aos 28.
Outros denunciados na primeira fase da Operação:
Oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público e viraram réus por participarem de esquema de manipulação na primeira fase da Operação Penalidade Máxima. O grupo vai responder pelas práticas de organização criminosa (pena de três a oito anos e multa) e corrupção ativa (pena de dois a 12 anos).
São eles: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
Eles estão envolvidos no esquema para cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, pela Série B de 2022. Isso só não aconteceu na partida entre goianos e pernambucanos, já que Romário e Gabriel Domingos não jogaram.
Joseph cometeu o pênalti em Criciúma x Tombense, e Mateusinho o fez em Sampaio Corrêa x Londrina. Os demais atletas do Sampaio citados, segundo o MP-GO, estavam cientes e participaram de alguma forma.
Novos casos divulgados após a publicação da reportagem (jogadores citados, não necessariamente responsáveis):
Richard – Cruzeiro
Nathan – Grêmio
Nino Paraíba – América-MG
Pedrinho – Athletico-PR
Maurício – Internacional
Max Alves – Colorado Rapids (EUA) e ex-Flamengo
Bryan García – Athletico-PR
Nesta sexta-feira, o Athletico-PR anunciou o desligamento de dois jogadores cujos nomes foram citados, Pedrinho e Bryan García. Veja a postagem no Twitter: