O goleiro Rodolfo se tornou herói, no último domingo, após defender o pênalti de Rodrigo Lindoso, aos 39 minutos do segundo tempo, e garantir a vitória do Fluminense contra o Botafogo. A defesa significou uma volta por cima na carreira do atleta de 27 anos, que já teve problemas com drogas e chegou a ser suspenso por dois anos pelo STJD, em 2012, quando ainda defendia o Atlético-PR.
– Era bem complicado. Muitas vezes eu saía do treino e já chegava drogado em casa. Eu já treinei drogado, já treinei virado de uma noite pra outra. Eu não conseguia olhar para meus filhos direito. Eu não conseguia ser pai direito para eles. Poxa, uma pessoa drogada segurando o filho, isso não existe. Eu tenho até um pouco de vergonha quando eu falo sobre isso hoje, mas quando eu pego meus filhos no colo hoje em dia, eu lembro lá de trás e agradeço muito a Deus por ter me recuperado. De ser o pai que eu sou hoje – admitiu em entrevista exclusiva ao programa “Esporte Espetacular” da Globo.
O flagra no antidoping mostrou que era a hora de Rodolfo virar a chave e superar o problema. Com o suporte do Atlético-PR, o goleiro ficou três meses em uma clínica de reabilitação. Após comprovar por exames que não fazia mais uso da droga, teve a pena reduzida para um ano e retornou aos gramados em janeiro de 2014. Depois, foi emprestado à Ferroviária e ao Oeste, clube para qual foi vendido e depois emprestado ao Fluminense. O atleta não se incomoda de falar abertamente sobre o drama pessoal e luta diariamente contra a doença.
– A dependência química é uma doença, eu tenho essa doença e tenho que lutar contra ela todos os dias. Eu não posso tomar uma gota de álcool. Isso daí eu não posso fazer, porque o álcool também é a porta de entrada para a cocaína. São todos os dias lutando, todos os dias, o que eu procuro na internet sobre dependência química eu tento absorver, porque é um leão por dia que eu tenho que matar – afirmou.