Uma frase foi determinante para a demissão de Ricardo Drubscky do Fluminense em 20 de maio. Assim considerou o ex-treinador do clube, que não se arrepende. Ele se diz chateado com algumas pessoas de dentro do clube e encara a dispensa como uma luta perdida contra o sistema vigente no futebol brasileiro.
– Estava indo tudo muito bem, e de repente veio um resultado ruim contra o Atlético-MG (derrota por 4 a 1). Jogamos muito mal e reconhecemos. Estava tudo caminhando e, após uma conversa no vestiário… Uma conversa que faço há 30 anos, de responsabilizar os jogadores, de chamar para uma ideia mais coletiva… De repente se extraiu uma frase que eu disse, e que falaria de novo, e acabou sendo a causadora disso tudo. Foi uma precipitação a minha demissão. Os próprios dirigentes estavam gostando muito do trabalho. Conversei com o Mário Bittencourt e o Fernando Simone, que manifestaram para mim que estavam felizes com o trabalho e que me queriam por dois, três anos. Eu também me manifestei positivamente. O grupo era bom. Chegar nas Laranjeiras e ver aquele Cristo Redentor era uma coisa lindíssima. Eu estava me sentindo muito bem, gostando muito de viver no Rio de Janeiro. Também estava gostando do contato com o torcedor na rua. Conseguimos passar aquele período crítico no início. Disseram que não era para me preocupar com o Carioca, que estava praticamente impossível. Começaríamos o trabalho para o Brasileiro. Mas acabou que conseguimos reverter no Carioca. Foram só dois meses de trabalho, muito pouco. Os resultados nem foram tão ruins: cinco vitórias e três derrotas. De repente tudo desmorona. Fiquei chateado, mas acho que minha saída foi como a perda de um round da luta dos treinadores brasileiros contra o sistema. Fiquei chateado com alguns personagens, mas não culpo ninguém. O sistema brasileiro é cheio de incerteza – considerou.