O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro elegeu nesta quinta-feira Renata Mansur como nova presidente do órgão responsável por julgar os casos do futebol no estado. Candidata única no pleito, ela foi eleita por aclamação. Ela é a primeira mulher a ocupar a função e substitui Marcelo Jucá, que completou dois mandatos de dois anos cada à frente do tribunal. A cerimônia foi feita por conferência de vídeo e transmitida na internet. O procurador-geral André Valentim foi reeleito para o cargo também por aclamação.
Renata Mansur agradeceu a Jucá e desejou boa sorte na nova função – ele anunciou que deixará de julgar e passará a atuar como advogado esportivo. Ao receber de Jucá o cargo, disse:
– Não poderia ser uma melhor entrega de bastão. Fico muito feliz disso vir de vossa excelência, já me comprometendo a seguir o mesmo caminho de retidão que o senhor imprimiu nesse tribunal. Aclamação demonstra desde logo a unidade desse grupo numa renovação que se faz em uma média de 80% ou 90% do tribunal. Isso já demonstra que teremos facilidade na condução dos trabalhos. Para a minha felicidade fui a primeira mulher a assumir em 2008 no futebol e agora sou a primeira mulher a assumir um tribunal desportivo no Brasil. Isso me torna mais responsável – disse a nova presidente.
Ela afirmou ainda que pretende abrir espaço para mulheres no tribunal:
– Por mim, e por todas as mulheres, prometo dar o meu melhor representando em especial as atletas, as árbitras, e todas aquelas que fazem o futebol acontecer. Dar representatividade ativa feminina neste tribunal. Prestigiar indicações de auditoras será minha empreitada. Racismo e homofobia devem ser combatidos nesse tribunal. Por outro lado, adotaremos uma postura pró-ativa não só na manutenção como crescimento da Justiça Desportiva e de encaminhar à Ferj propostas que possam colaborar com a organização de um Carioca feminino.
A nova presidente passou também por tribunais de atletismo e Futebol 7 até ser convidada em 2008 – ano seguinte à eleição de Rubens Lopes na presidência da Ferj – como primeira mulher no TJD-RJ. Ela é filha do ex-presidente do tribunal José Teixeira Fernandes, que foi também o mediador apontado pela Justiça em 2007, quando a Ferj estava sob intervenção por conta de um processo movido pela área de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Ele autorizou a eleição que deu a Rubens Lopes a presidência da entidade até os dias atuais.