O deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), relator da Medida Provisória do Profut, que trata da renegociação das dívidas dos clubes com a União, publicou nesta quarta-feira o relatório final com as mudanças em relação ao assinado pela presidente Dilma Roussef três meses atrás. E ele manteve os pontos mais criticados por clubes e CBF. Entre eles, está a obrigação de se apresentar a Certidão Negativa de Débitos (CND) para poder participar de competições, punições com possibilidade de rebaixamento para os que descumprirem condições impostas para o parcelamento de dívidas fiscais e a participação da categoria de atletas em órgãos e conselhos técnicos que aprovam o regulamento das competições. Na prática, Otávio Leite só mudou alguns pontos para evitar que o texto caia na inconstitucionalidade, como alegam clubes e CBF. O documento está previsto para ser votado no plenário na próxima quarta. – Não vai passar pois não tem sentido. Os responsáveis pela MP têm que entender que os clubes são uma instituição privada – disse o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno. João Bosco, representante do Goiás, também não gostou: – Em vez de ajudar, isso vai prejudicar. Veja abaixo as principais contrapartidas para clubes e entidades aderirem ao Profut: Clubes – proibição ou comprometimento de receitas do próximo mandato. – limite de 70% da receita pra folha de pagamento e direitos de imagem – investimento mínimo nas categorias de base e futebol feminino – advertência, proibição de contratar jogadores e rebaixamento como punição no caso de descumprirem as condições do parcelamento. Entidades e ligas – publicação e prestação de contas com auditoria independente – garanta a participação da categoria de atletas em órgãos que aprovam os regulamentos das competições – mandato de até quatro anos para dirigentes eleitos com possibilidade de uma reeleição – punições: advertência, proibição de inscrever novos atletas e rebaixamento.