O NETFLU entrevistou com exclusividade André Carvalho nesta sexta-feira (16). Promovido aos profissionais do Fluminense em 2013, o preparador de goleiros falou sobre a relação com Marcos Felipe, estremecida após a promessa não cumprida de titularidade, a chegada de Flávio Tenius para assumir a coordenação da preparação de goleiros e outros assuntos. Confira abaixo na íntegra:

NETFLU: O que achou da chegada do Tenius e como isso afeta, se afeta, a sua rotina no clube?
ANDRÉ CARVALHO: Na verdade o que vem para somar e agregar é sempre bem-vindo, até porque foi uma indicação minha, por termos a mesma linha de trabalho. E vamos montar esse trabalho importante entre o profissional e toda a base de Xerém.

 
 
 

NETFLU: Pensando na Libertadores e sabendo da idade avançada do Fábio, existe algum tipo de preparação especial para ele na próxima temporada? O trabalho é igual para todos os goleiros do elenco?
ANDRÉ CARVALHO: O trabalho é igual para todos os goleiros. Fábio é um goleiro que tem 42 anos e faz todos os exercícios que os outros goleiros fazem. Ele “tem que ser estudado” (risos). É uma referência para os outros goleiros. Assim que ele aposentar a minha aposta vai ser nos goleiros que estão trabalhando no Fluminense e isso você pode me cobrar no futuro. O ano 2023 vai ser um ano de grandes conquistas para o nosso Fluminense.

NETFLU: Na época do Abel Braga, ele dizia que quem escalava o goleiro era você. Isso é verdade? E como funciona essa dinâmica com o Fernando Diniz?
ANDRÉ CARVALHO: Na verdade a regra em todos os clubes funciona assim: o treinador dá essa autonomia, quando tem a confiança é lógico, mas a palavra final é sempre do professor (treinador) e com Diniz não é diferente.

NETFLU: Depois da barração do Marcos Felipe para a entrada do Fábio, a relação entre vocês ficou abalada? Existe muita especulação sobre como o goleiro se sentiu. Pode falar sobre isso?
ANDRÉ CARVALHO: Todos vocês (imprensa) sabem que o Marcos Felipe é cria minha da época do mirim e por coincidência fui eu que o aprovei em 2009, na sua chegada. E também em 2019, fui eu que o aprovei na lesão do Muriel. Enfim, temos uma história muito bonita no Fluminense e se você ver a minha rede social, só dá ele antes disso (risos). Agora esse foi um erro (garantir titularidade) que não vai mais acontecer, até porque não podemos prometer nada a jogador, pois futebol é dinâmico. A situação foi essa aí mesmo: ele iria jogar o Carioca, só que não imaginávamos sair do jeito que saímos na Libertadores e fomos para final de novo contra o Flamengo. Aí foi uma decisão difícil, porque os dois estavam muito bem. Daí eu fui nele, pedi desculpas por ter me precipitado a falar que ele ia jogar o Carioca, e disse que na final eu iria com o Fábio pela sua experiência. E disse que iríamos continuar o revezamento e que ele (Marcos Felipe) que estrearia no Brasileirão.

NETFLU: Existe a possibilidade de vocês voltarem a ter relacionamento como antes depois de tudo o que ocorreu?
ANDRÉ CARVALHO: Somos profissionais e ninguém ganha nada sozinho, cada um mostra para os outros o que tem por dentro. O meu coração é enorme e tenho até medo dele me trair um dia (risos). Na vida só não tem jeito para morte e isso tudo já foi passado e o Fluminense é maior que todos nós!

NETFLU: Caso realmente se concretize essa saída do Marcos Felipe para o Bahia, o que o torcedor do Fluminense pode esperar do Pedro Rangel?
ANDRÉ CARVALHO: Pedro Rangel é um goleiro promissor que tem muitas qualidades técnicas, personalidade e o diferencial dele é o jogo com os pés na hora da construção e do apoio. Ele vai dar muita alegria para a torcida e está pronto.

NETFLU: O Fernando Diniz sempre pede para os goleiros trabalharem com os pés, funcionam quase como líberos em algumas situações. Quem faz esse trabalho também é você? Como é feito esse planejamento?
ANDRÉ CARVALHO: Tudo na vida tem que ter planejamento e no futebol não é diferente, ainda mais com essa dinâmica. Diniz é um treinador que me fez evoluir muito nessa questão dos jogos com os pés e de usar a tecnologia e o principalmente é a confiança que ele passa para todos nós. O homem é muito diferenciado em todos os sentidos.