news.001-1-616x453Os craques da Jovem Flu, formada por tricolores ilustres, fundaram torcida movida por futebol e música nos anos 1960. Com história rica e indiscutível por toda sua colaboração ao futebol brasileiro, o Fluminense guarda em seu acervo de memória momentos que ficarão marcados para a eternidade. Algumas já são conhecidas do grande público, outras surgem, surpreendem e nos dão orgulho. Exemplo disso é um grupo especial de amigos que uniu duas paixões nacionais, o futebol e a música, que sempre esteve presente nas arquibancadas. Fruto da cultura brasileira, surgiu assim a Jovem Flu.

Em meados de 1968, o Brasil passava pela consolidação do Regime Militar e um forte controle era exercido na classe artística e cultural. Figuras ilustres do cinema e da música como Elis Regina, Ronaldo Bôscoli, Chico Buarque, Nelson Motta, Hugo Carvana, entre outros, se reuniam com o intuito de falar de futebol e colocar a conversa em dia. Os momentos serviam de descontração para fugir do clima de tensão pelo qual o país passava. Com a admiração pelo Fluminense em comum, esses renomados artistas fundaram uma torcida, além de um time de futebol amador.

 
 
 

As reuniões eram uma boa desculpa para conversas que duravam madrugadas inteiras. E não eram poucos os que participavam, já que a torcida contava com cerca de 200 pessoas. Alguns compareciam aos encontros e a maioria curtia os jogos no Maracanã. Como se não bastasse, combinavam de sentar o mais próximo possível, afinal, nada como comemorar o gol com os amigos. Lugar preferido da maioria, o bar das cadeiras especiais, que ficaria localizado hoje no Maracanã Mais, no setor oeste, era o local do bate-papo após os jogos. Todos permaneciam ali para o que chamavam de terceiro tempo, momento em que faziam análises dos confrontos.

Se a torcida Jovem Flu era composta de amigos, o time era composto de craques. Ainda que uns fossem ícones da música, e do violão, outros do cinema e da televisão, todos se diziam muito bons de bola e de papo. O “esquadrão” tricolor contava até mesmo com o “lateral esquerdo” Elis Regina, que se considerava o amuleto da sorte do time. Dori Caymmi também tinha suas peculiaridades. Ele sempre jogava com o mesmo relógio e dizia que aquilo servia para dar precisão cronométrica aos seus passes e chutes, sempre muito bem conferidos ali no seu pulso.

Na foto histórica (em destaque) vemos o time pronto para um match-treino na praia de Ipanema, com direito a dois toques para cada jogador. Elis Regina, que já era conhecida como “a pimentinha” não jogou a partida por estar contundida e foi substituída por Samarone, considerado o Senhor do meio de campo do Fluminense e que se sagrou Campeão Carioca de Futebol, em 1969. O time ainda contava com a linha demolidora (de garrafas de cerveja – como se intitulavam), formada por Nelson Motta, Chicória, Dori, Toquinho e Leonam, além do folclórico massagista Santana.


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