Lucca no seu primeiro treino com o elenco tricolor (Foto: Lucas Merçon/FFC)

Confirmado como novo reforço do Fluminense, a contratação de Lucca agitou as redes sociais. Com 30 anos e diversas passagens por clubes do Brasil e do Catar, o que podemos esperar do novo atacante tricolor? Afinal de contas, onde o atleta costuma atuar? E o scout? Como fica nesse contexto? Para ajudar a responder essas perguntas o Raio-X tricolor de hoje vai analisar a nova contratação do clube das Laranjeiras.

Vendo os números do jogador no último ano (quando atuou por Bahia e Al Khor), observamos um rendimento bem abaixo da expectativa. Com 5 gols marcados em 31 jogos, o atacante passa longe de ter uma boa média de gols.

Se separarmos seus números entre futebol do Catar e brasileiro vemos que seus índices são ainda mais preocupantes: todos esses gols foram marcados no período em que atuou pelo Al Khor. Pelo Bahia foram 17 partidas e nenhum gol marcado.

Os mais otimistas podem falar que nos últimos dois anos o atleta balançou as redes 13 vezes, número superior ao de atletas do atual elenco tricolor como Felippe Cardoso, Wellington Silva, Caio Paulista

Esse número não chega a ser falso, mas, como tudo no futebol, é necessário contextualizar. Nos últimos 24 meses o atacante entrou em campo 68 vezes, sendo 32 delas por Internacional (onde trabalhou com Odair Hellmann) e Bahia.

 
 
 

Vendo a imagem acima fica claro como seu rendimento atuando no Brasil (que é onde a torcida tricolor está interessada em saber) foi muito fraco. Com apenas 1 gol marcado nos dois últimos Campeonatos Brasileiros que disputou, Lucca passa longe de ser uma opção interessante visando aumentar o poder de fogo do Fluminense.

Em defesa do atleta é possível argumentar que ele não é um camisa 9 de referência, e sim um 2° atacante. Sendo assim, podemos levantar mais um questionamento: Lucca vem para ser o substituto de Evanilson ou não? Se a resposta para essa pergunta for sim é um sinal (claro) de que o departamento de futebol fez uma investida ruim no mercado.

Vendo os mapas de movimentação do atleta nos últimos 4 anos fica claro a faixa do campo onde o jogador gosta de atuar. Muito presente na faixa esquerda do campo, podemos esperar que Lucca dispute posição com Wellington Silva e Marcos Paulo (caso Odair não o coloque como 9). Se atuar nessa função seria possível encarar este “reforço” como uma composição de elenco, somente.

Estatísticas à parte, a chegada de Lucca (mais uma indicação de Odair) nos faz questionar (mais uma vez) a função do scout do Fluminense. Se a equipe de inteligência indica atletas e eles não servem, por que devemos confiar que os nomes sugeridos pelo treinador tricolor irão agregar tecnicamente ao clube? Nos tempos que trabalharam juntos, o jogador de 30 anos foi titular apenas 10 das 17 vezes que entrou em campo.

Mais uma vez o Fluminense vai ao mercado e traz um jogador questionável e com um valor de remuneração acima do razoável. Lembra do modo operandis que falamos na semana passada, quando abordamos a novela Dodi? Pois é… este tipo de “reforço” que contribui diretamente para que situações como essa se repitam ano após ano.

Um grande abraço e até semana que vem!