Raio-X Tricolor: chegou a hora de poupar

Mesmo com mais uma vitória na temporada, a torcida do Fluminense chegou ao término do último jogo com a sensação de que o Fluminense está longe de apresentar um rendimento satisfatório para alçar voos mais altos no Brasileirão.

Com uma média (baixa) de 3 boas chances criadas por partida no Brasileirão, o tricolor enfrentou um Atlético-GO que, mesmo em alta, está em um nível abaixo do Fluminense a nível de elenco e orçamento. Mesmo assim a equipe de Odair Hellmann passou 90 minutos sem criar uma chance clara de gol e saiu com a vitória graças a uma pixotada da defesa rubro-negra.

 
 
 

Por mais que o atual Fluminense tenha reconhecidas carências no jogo criativo, também é preciso reconhecer que a falta de pernas de alguns atletas começa a ficar evidente. Jogadores como Dodi e Michel Araújo, que vivem bom 2020 e precisam muito do físico para performar em bom nível, não apresentaram nos últimos jogos o mesmo futebol do início do Brasileirão.

É sempre bom lembrar que todos os times do Brasil vem de uma sequência pesada de 10 rodadas de Brasileirão em pouco mais de um mês, com o agravante que equipes como o Fluminense ainda jogaram jogos decisivos pela Copa do Brasil. Como se não bastasse a tradicional maratona de agosto e setembro, em 2020 teremos algo inédito no Campeonato Brasileiro por pontos corridos: em dezembro, janeiro e fevereiro, quando temos a época mais quente do ano, teremos a fase mais decisiva do torneio nacional ao invés de férias e os modorrentos jogos do estadual.

Para agravar mais ainda esta situação, o Fluminense provavelmente vai perder atletas importantes para a reta final do torneio, seja por término de contrato ou por venda de jogadores por parte da diretoria. Sendo assim, é preciso administrar muito bem o elenco ao longo das rodadas para não piorar todo esse cenário com longas contusões musculares.

Sendo assim, para a partida do próximo domingo seria razoável imaginar um Fluminense bem modificado para encarar o Sport. Não pelo confronto de volta da Copa do Brasil, e sim porque os jogadores do tricolor já apresentam claros sinais de desgaste físico. Nomes como Luccas Claro, Calegari, Dodi, Michel Araújo, Wellington Silva e Nenê vem atuando seguidamente como titular e poderiam dar lugar a Matheus Ferraz, Daniel Bolt, Miguel, Yago Felipe, Ganso e Marcos Paulo.

Com essas mudanças, além de ver um Fluminense mais leve e oxigenado dentro de campo, teríamos a última de chance de ver um Marcos Paulo, reconhecidamente em má fase desde o retorno do futebol, rendendo igual ao término de 2019. Atuando como 2° atacante ao lado de Luiz Henrique, como fez com Yony González no final da temporada passada, o camisa 11 tricolor ficaria próximo ao gol, podendo explorar seus passes com um parceiro de maior velocidade e mobilidade.

Além de aumentar a mobilidade na frente, essa mudança no esquema tático da equipe tenta amenizar a ausência de um centroavante de qualidade, situação que o clube se encontra após a perda de Evanilson e a ausência de Fred graças a COVID-19.

Enfrentando um rival com menor capacidade técnica e fora de casa, essa escalação tem tudo para melhorar o principal defeito do Fluminense de Odair Hellmann: a transição ofensiva em velocidade. Miguel e Ganso, dois atletas com ótima capacidade de passe, teriam atletas móveis como Yago Felipe, Marcos Paulo e Luiz Henrique para criar situações e explorar espaços nas costas da defesa.

Mesmo com todas as carências do elenco do Fluminense, especialmente no comando do ataque e nas laterais, ainda é possível montar um time competitivo mesmo abrindo mão de 6 atletas que fazem parte da equipe titular do tricolor. Isso só reforça a tese de que, mesmo passando longe de ter um grande time, o tricolor pode sim ter um 2020 sem sustos no Brasileirão.

Um abraço a todos e até semana que vem!