Na última terça-feira, o NETFLU divulgou em primeira mão o encontro entre o presidente do Fluminense, Pedro Abad, e o polêmico empresário iraniano, Kia Joorabchian, na Inglaterra. Em busca de dinheiro para quitar as inúmeras dívidas do Tricolor, o mandatário teria deixado encaminhado um acordo com um fundo financeiro, encabeçado pelo agente, de 50 milhões de euros (pouco mais de R$ 215 milhões). Essa aproximação, no entanto, foi possibilitada por um dos maiores credores do clube das Laranjeiras: o representante de atletas, Giuliano Bertolucci.
Velho conhecido das últimas gestões do Fluminense e um dos empresários brasileiros mais influentes no futebol europeu, Bertolucci participou de diversas negociações envolvendo jogadores do clube verde, branco e grená. Dentre elas, as vendas do atacante Richarlison para o Watford (ING) e do meia Gerson para a Roma (ITA). Esses são, aliás, dois dos principais motivos das despesas do Fluminense com Bertolucci. Por não repassar comissões a dívida com o empresário supera os R$ 10 milhões. Parte do valor da venda do volante Richard ao Corinthians no fim do ano passado, por exemplo, foi direto para os cofres do agente.
O NETFLU apurou que, se realmente fechar negócio com Kia e o fundo inglês, o Fluminense deve dar como garantia 50% dos direitos de atletas da base, até que o valor seja recuperado pelo iraniano, incluindo juros previstos em contrato. A assessoria institucional do Flu, quando procurada pelo site número um da torcida tricolor para explicar o fundo de investimentos, informou que o clube não se manifestaria a respeito da situação.
Inspirado na ideia do ex-vice de finanças, Diogo Bueno, Abad deseja alongar os débitos do Fluminense, trazendo instrumentos do mercado financeiro para comprar a dívida do clube, algo similar ao que fez o Flamengo. Trocando em miúdos, o Tricolor juntaria dívidas civil e trabalhista, oferecendo-as para que um fundo da Inglaterra as quitasse, com uma taxa de juros bem menor do que a praticada no Brasil, aliviando consideravelmente o fluxo de caixa do Tricolor.
No Brasil, vale lembrar, Kia chegou a ser denunciado por lavagem de dinheiro e e formação de quadrilha em 2007. Um ano depois, o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão liminar, suspendeu a ordem judicial sobre Kia Joorabchian, que ficou livre de qualquer acusação em terras brasileiras. Atualmente, ele empresaria diversos atletas, como o meia Phillipe Coutinho, o volante Paulinho e o armador Oscar, todos com passagem pelo futebol inglês e seleção brasileira.