Roberto Senise Lisboa. Esse nome esteve no noticiário esportivo por alguns meses a partir do fim de 2013. Promotor do Ministério Público de São Paulo, ele comandou o inquérito civil instaurado pelo MP-SP para apurar responsabilidades no “caso Héverton”, que nada concluiu. Mais de dois anos depois, Senise está sendo denunciado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Ele é acusado de receber R$ 428 mil para tomar decisões favoráveis às Casas Bahia durante investigações sobre supostos crimes contra o consumidor em 2009. A Justiça diz que o dinheiro saiu das contas da empresa, passou por um advogado e chegou até as mãos do promotor.
Então promotor do Consumidor, em 2009, Senise recebeu inquérito civil do Conselho Superior do Ministério Público contra as Casas Bahia com proposta de arquivamento, porque a empresa havia se comprometido a pagar R$ 511.116,00 por danos causados aos consumidores por práticas abusivas realizadas na loja do Shopping Interlagos, na zona sul da capital. A investigação ficou com Senise durante um ano e meio sem que nada efetivamente fosse feito.
Em 2011, o promotor iniciou outra investigação contra as Casas Bahia que tramitava em outra promotoria e marcou uma audiência com a empresa para propor novo TAC. Nessa época, o então diretor do Departamento Jurídico das Casas Bahia contratou o advogado Silveira, que é seu amigo e do promotor. De acordo com a denúncia, os dois ofereceram propina para Senise, que a aceitou, de forma parcelada.
Em janeiro de 2012, Roberto Senise Lisboa, segundo a apuração, recebeu R$ 428 mil em dinheiro, divididos em três parcelas. Foram dois pagamentos de R$ 150 mil, nos dias 13 e 19, e o último de R$ 128 mil ocorreu no dia 30.