Quando saiu a liberação da Prefeitura, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) se apressou em reiniciar o Campeonato Carioca. Para isso, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, passou a se utilizar de um protocolo de segurança intitulado “Jogo Seguro“. Porém, nas diretrizes para a realização das partidas foi retirado o exame antidoping. Em ofício enviado às principais autoridades de controle ao doping no país, a procuradoria-geral da Justiça Desportiva Antidopagem (equivalente ao ministério público) fez um alerta.
– O futebol não faz exame fora de competição com frequência ou tradicionalmente, então o panorama é de quase “incentivo” a dopagem, porquanto sem controle e outras competições no período, portanto sem nenhuma fiscalização no contexto da pandemia – destaca o órgão.
Tal documento foi remetido à secretária da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) Luisa Parente, com cópia para a presidente do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem, Tatiana Mesquita Nunes, e ao presidente do STJD do Futebol, Paulo Salomão Filho, e cobra explicações do órgão governamental sobre as medidas tomadas.
– Requeremos informações sobre o plano de controle de dopagem durante a pandemia e, especificamente, quanto ao Campeonato Carioca 2020 na sua retomada diante desse protocolo de determinação de ausência de testes antidopagem, e as eventuais providências desta renomada autoridade no contexto acima descrito – diz a procuradoria, hoje comandada pelo advogado Paulo Schmitt.
Também por intermédio de nota, a ABCD destacou que a mesma é a única com autoridade para retirar de competições a obrigatoriedade da testagem para doping:
– É importante lembrar que a decisão sobre realização de testes ou não, em competições esportivas nacionais ou mesmo fora de competição, é exclusiva da ABCD.