O STJD enfrentará mudanças significativas nos próximos meses, e um dos mandatos que não serão renovados é do procurador-geral Paulo Schmitt. No poder desde 2006, ele, que é uma figura amada por alguns e odiada por outros, não será mais indicado pela CBF. Segundo o próprio Schmitt, por decisão própria, apesar dele ter sido alvo de um pedido de afastamento feito pelos grandes clubes do país.

– Já fui tarde. E antes tarde do que nunca. Novos projetos, novos desafios. Apenas tenho a agradecer a minha equipe, à CBF, pela confiança nas indicações e apoio incondicional ao desempenho no nosso trabalho nos últimos anos, e ao tribunal em todo o período – afirmou o procurador.

 
 
 

Conhecido pelo temperamento forte e forma incisiva com que defende os pontos de vista na tribuna, Schmitt teve e-mails vazados quando o sigilo eletrônico de Marco Polo Del Nero foi quebrado na CPI do Futebol. Nele, suspeitas sobre influência da CBF sobre Schmitt foram levantadas. O procurador-geral, que chegou a ser grampeado pela Polícia Civil do Rio em uma investigação sobre venda ilegal de ingressos da Copa-2014, descartou que esses episódios tenham influenciado na decisão de deixar o STJD.

– Não devo nada a ninguém, que se dirá quanto ao conteúdo de minhas conversas gravadas vazadas e o constante ataque dos descontentes. Vão ter que engolir a ideia de nunca responder a um único processo e ter de outro lado desempenhado a função na plenitude que o cargo, ainda que não remunerado, exige. Tá no pacote, no “combo” de combate a indisciplina e descumprimento da legislação – completou Schmitt.

Paulo Schmitt despertou amor e ódio entre torcedores em alguns casos que foram parar no STJD. O principal dos últimos anos foi a escalação irregular do meia Heverton, que ocasionou o rebaixamento da Portuguesa no Brasileirão 2013.