O retorno de Eurico Miranda ao poder do Vasco, coincidentemente ou não, fez a relação da dupla Fla-Flu com a Ferj azedar de vez. O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, admite que a volta do mandatário cruzmaltino tornou o racha com a Federação ainda mais iminente.
– O Fluminense não se expunha tanto com relação à opinião dele sobre a Federação. Não gosto de falar quando estamos perdendo. Então, em 2012, quando ganhamos a Taça Guanabara, dei uma longa entrevista fazendo críticas severas à Federação do Rio. Não obtive muito apoio, mas não deixe de falar quando necessário. O tempo foi passando, não vi muita mudança. Chegou a eleição. Os clubes conversaram, o Vasco ainda estava o Roberto (Dinamite) e expliquei: “Gente, o Fluminense não acredita no comando da Federação”. Não adianta entregar um papel com várias propostas em que a diretoria candidata à reeleição assina e diga: “Vamos cumprir, me apoiem?”. Nós não acreditávamos. Me recusei a seguir essa linha de assinar, pois o meu problema é mudar as pessoas, a maneira de trabalhar, a visão do que é a Ferj e para o que ela serve. Não fui votar. Não tinha condições de montar uma estrutura de oposição, pois se você olhar o desenho político é impossível ganhar a eleição. Precisaria ter um nível de investimento, envolvimento e, mesmo assim, com pequena chance de vitória. A chegada do Eurico aflorou. Mas também houve a mudança do Flamengo, com o Eduardo (Bandeira de Mello, presidente) assumindo uma postura publicamente crítica e isso, obviamente, nos incentivou a voltar ao tema e nos alinharmos com o Flamengo Percebemos que pelos dois clubes estarem nesse caminho, o Vasco se aliou politicamente à Federação. É uma escolha dele, não cabe a mim avaliar – declarou.