(Foto: Mailson Santana)

Em entrevista concedida ao portal Globoesporte há pouco mais de uma semana, Cacá Cardoso, Diogo Bueno e Miguel Pachá, ex-VPs do Fluminense, acusaram o atual mandatário do clube, Pedro Abad, de inércia no episódio das demissões por WhatsApp, e apontaram outros erros cometidos pelo presidente no decorrer de sua gestão.

As declarações, é claro, desagradaram muito ao presidente tricolor, que em entrevista ao mesmo portal nesta semana, teve seu direito de resposta aos vices que renunciaram aos seus respectivos cargos em maio do ano passado. Abad acusou os mesmos de tramarem um golpe para derrubá-lo.

 
 
 

– Elas geraram instabilidade e incerteza e tentaram me tirar como tiraram outros presidentes. Na vez passada, o clube foi para a Série C. A saída dessas pessoas foi uma reação ao fato de elas entenderem que não iam me tirar daquela maneira. Elas, então, resolveram desistir – afirmou o mandatário, que deu a sua versão sobre as rescisões contratuais ao final de 2017:

– O que aconteceu foi que, antes de terminar o campeonato de 2017, a gente chegou à conclusão de que não era possível ter aquela folha salarial. E que teríamos de dispensar alguns jogadores não pela questão técnica, mas pela questão financeira. E aí, como a legislação não permite que o clube simplesmente pare de pagar, se precisa ter uma solução. Então, pensamos duas coisas. Primeiro: se conseguir um empréstimo para ter o dinheiro para fazer o acordo e gastar muito menos na rescisão ao pagar à vista. Fizemos uma reunião aqui, um pouco antes do jogo contra a Ponte Preta, e o Marcelo Teixeira perguntou quando se teria o dinheiro para fazer as rescisões. A resposta do Diogo foi “não sabemos”. Diante disso, não se tem nada que possa ser feito. Vai se propor o quê ao jogador? A operação estava demorando, teve erros de execução. Eu constatei isso. Só é permitido usar uma parte do dinheiro dos direitos de transmissão como garantia. Não libera tudo e isso se descobriu quando eu fui lá ver. Além disso, se colocou na conta todo o dinheiro referente ao Brasileirão e isso não pode, afinal, há a chance de ser rebaixado e ficar sem contrato. Então, aquilo não se poderia colocar como base de cálculo do empréstimo. E aí se mudou todo o cálculo. Tivemos, então, de tomar outro rumo. Qual foi o pensamento? Cacá e Diogo que falaram. Já que a lei determina que a gente pague todo o contrato, tínhamos de nos assemelhar a um contrato de confissão de dívida. Então, a ideia era ir para a Justiça negociar como se fosse uma dívida qualquer. Cacá ficou de ir a São Paulo buscar um parecer com sei lá quem, um advogado, mas isso nunca veio. E nós tivemos de tomar uma atitude. A forma foi ruim? Foi. Já admiti isso diversos vezes. Mas o que tinha de ser feito, foi feito. Caso contrário, não chegaríamos a setembro vivos, como foi dito. Precisou ser feito – desabafou ele.