(Foto: Ursula Nery - Ferj)

Nos bastidores do futebol carioca, a discussão segue acalorada em relação ao recomeço do Campeonato Estadual em meio à pandemia do novo coronavírus. Pelo arbitral da última segunda-feira, indicou-se o reinício já na quinta-feira. O Fluminense e o Botafogo teriam de jogar no dia 22, mas como ainda nem sequer iniciaram os treinamentos presenciais, ameaçam ir à Justiça. Toda essa situação não é bem vista por Alfredo Sampaio. Presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro (Saferj) e técnico da Cabofriense, ele falou em entrevista ao NETFLU que pode tentar mediar um diálogo para acerto entre as partes.

– Eu espero que haja (campeonato com Flu e Bota), porque não faz sentido ver um campeonato importante como o Carioca terminar sem dois clubes como Botafogo e Fluminense. Eu vou tentar um contato mais direto e pessoal com a Ferj, para ver se consigo persuadi-los. A gente fala da Ferj, mas a decisão maior é dos clubes no arbitral. Acho que os discursos que o Flamengo e o Volta Redonda fizeram levou a maioria a aceitar a decisão. Não é uma questão de justiça ou não. É uma questão de coerência. Estamos num morre gente todos os dias e os caras estão brigando por conta de cinco ou seis dias a mais de treino. Isso é inaceitável – disparou.

 
 
 

Há ainda a questão em relação ao regulamento. A decisão pelo recomeço deveria ser tomada unicamente em caso de unanimidade. Fluminense e Botafogo podem alegar a quebra.

– Não tinha visto dessa forma, mas é coerente. Pode ser uma linha de raciocínio certa. Eu não conheço o regulamento da competição, mas me parece que pode ter êxito essa linha de raciocínio. Tem de se colocar em mesa, porém, de que tudo que está se decidindo agora, está sendo decidido na excepcionalidade. Então, não sei se o contra-argumento poderia ou não ser mais forte – opinou Sampaio, que também afirma não acreditar numa punição mais forte à dupla Flu/Bota:

– Não acho que dá rebaixamento, não. Independentemente do resultado esportivo, se vai dar W.O, isso ou aquilo. O pior é resultado geral, do produto, da imagem que está sendo passada. Está se discutindo, pelo que entendi no arbitral, que o Fluminense e Botafogo teriam mais uma semana. O que está em jogo é o nome da competição. Não faz sentido essas decisões radicais que foram tomadas. Todo mundo perde.