A discussão sobre como será a sequência do futebol brasileiro em meio à pandemia do novo coronavírus continua agitando os bastidores do esporte nacional. Representante da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapef) e presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro (Saferj), Alfredo Sampaio voltou a defender a sequência dos Campeonatos Estaduais.
Sampaio, que também é técnico da Cabofriense, lembrou que muitos profissionais dependem da verba das competições locais. Com a interrupção, a TV detentora dos direitos de transmissão não realizou o pagamento da última parcela em alguns desses torneios.
– O problema dos Estaduais é que, quando vi aquela matéria, eu fiquei até meio preocupado. Mas como consulta apenas times da primeira divisão (do Brasil), ela falou com atletas que têm a garantia do contrato anual. Há uma diferença. Os estaduais se tornaram fonte de receita para muitas famílias, e todo mundo bate nos estaduais. Os Estaduais têm uma importância histórica muito grande. Não pode achar que, de uma hora para outra, é um campeonato sem valor. Tem muito clube de massa, como Santa Cruz, Remo, Botafogo talvez, que nunca mais vão gritar “campeão” na vida. Aqui vai se tornar uma Espanha – disse, complementando:
– O principal motivo para a continuação do estadual é o mercado de trabalho. Temos 750 clubes no Brasil mais ou menos, e somente 200 têm um calendário anual. O mercado de trabalho que os estaduais geram é muito significante. Eu tenho atletas que jogam quatro, cinco meses no Estadual. Eles jogam aquilo ali e guardam para viver o resto do ano, até porque não há mercado para todo mundo. Todo mundo critica os estaduais e a relevância dele para o mercado da bola.