Ano novo, vida velha. Pelo menos é assim no Fluminense quando a pauta é a política do clube. Tentando antecipar as eleições ao convocar uma Assembleia Geral, onde tentará a mudança de estatuto que viabilize o adiantamento do pleito, o presidente Pedro Abad poderia sofrer um “ferimento” ainda mais duro, caso houvesse maior fiscalização nas reuniões do Conselho Deliberativo (CDel), como o NETFLU destrinchou na última semana. Isso porque o estatuto do Tricolor prevê penalidade para membros do CDel que não justificarem suas ausências. A partir da reportagem, o presidente da mesa, Fernando César Leite, afirmou que passará um pente fino em torno das últimas ausências e que não se furtará em utilizar o estatuto, caso necessário.

– Eu vi uma matéria sua (referindo ao repórter do NETFLU) falando sobre as faltas e já estou verificando isso e vou cumprir o estatuto. Faltas não justificadas terão de ser explicadas. Irei notificar cada um. Darei todo o direito deles responderem. Alguns justificam e outros não. Estou fazendo esse levantamento dos ausentes com o Walcyr (secretário do conselho). Vamos analisar as justificativas também. Não estou infringindo o estatuto em fazer isto, pelo contrário – destacou.

 
 
 

Consta no documento das normas do clube que, em um ano, conselheiros que tiverem três ausências consecutivas ou cinco intercaladas sem justificativa, perderiam sua vaga de titular e iriam para a fila de suplentes. Entretanto, como o Flu já colocou todos os suplentes como conselheiros, considerando o estatuto, ele só poderia voltar a ser titular em um ano. Sendo assim, imaginando que as eleições ocorram em novembro de 2019, os faltantes perderiam o título até lá, deixando Abad ainda mais isolado.

Nesse contexto, integrantes da Flusócio e dos Esportes Olímpicos, que apoiam a atual gestão, não compareceram na última reunião do ano passado, destinada a explanação do orçamento desta temporada. Esta foi a quarta falta consecutiva. As outras foram na reunião do impeachment, realizada no dia 20 de dezembro e nas reuniões do dia 29 de novembro e 13 de dezembro, que visavam a apresentação do planejamento de futebol de 2019.

O estatuto, todavia, não cobra uma justificativa documental. Sendo assim, geralmente, qualquer argumentação dada pelos integrantes do Conselho Deliberativo era considerada pertinente, o que facilita na construção de manobras políticas como a que ocorreu no pleito sobre o impeachment do mandatário Pedro Abad.