No ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, uma figura emblemática do esporte completa um século de vida neste domingo. Trata-se de João Havelange, ex-presidente da Fifa e ainda presidente de honra do Fluminense.
Apesar de reconhecido, Havelange convive com ostracismo nas últimas épocas. Seu cargo de presidente de honra da Fifa foi retirado devido ao escândalo de corrupção na entidade, abandonou o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Justiça norte-americana reabriu investigações sobre o tempo que dirigia a instituição máxima do futebol mundial.
Revelações feitas pela imprensa britânica apontaram em 2011 que Havelange, nos anos 1990, recebeu milhões de dólares de propina da ISL em troca de contratos de transmissão da Copa do Mundo. Seu ex-genro, Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, também ficou com parte do dinheiro. Um acordo foi fechado na Suíça em que a dupla não admitiu culpa, mas pagou uma multa e o caso foi encerrado.
A revelação desses dados, guardados por anos, fez o COI abrir investigações e Havelange renunciou ao cargo “por motivos de saúde”. Fora do COI, o brasileiro, mais uma vez, se livrou de ser punido e o processo foi arquivado.
Mas em dezembro de 2015, João Havelange passou a ser investigado pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos. Os norte-americanos solicitaram acesso a todo processo de propinas da ISL. Aos 100 anos, o ex-dirigente é alvo de apuração.
No Fluminense, foi escoteiro e atleta, infantil, juvenil e adulto, destacando-se em vários esportes. Sagrou-se campeão carioca juvenil de futebol em 1931. A partir de 1932, passou a competir como nadador e jogador de pólo aquático, destacando-se nas duas modalidades e conquistando diversos títulos tanto pelo Flu como representando o Brasil.
No seu aniversário de 99 anos, o clube prestou homenagem a Havelange em seu site oficial e o qualificou com o “um dos nomes mais influentes do esporte por sua extrema competência como dirigente”. Neste ano, até o momento, nenhuma homenagem do clube foi feita pelo seu centenário.