Por conta da paralisação do futebol brasileiro em função do coronavírus, a questão da redução salarial dos atletas entrou em pauta em uma proposta feita pela Comissão Nacional dos Clubes. A ideia é uma redução de 50% do valor, algo que não foi aceito muito bem pelos atletas, que querem, no máximo, 25%. Em entrevista, o presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPEF), Felipe Augusto, comentou o assunto.
– Não é hora de discutir ponto a ponto. O que a gente quer evitar é uma medida violenta dos clubes levarem para a Justiça. Verdadeiramente é isso que queremos evitar. Meu medo é chegar “ah, ninguém aceitou. Então, (o clube diz,) está bem, vamos rescindir e suspender contratos. Não tem Justiça agora para dirimir esse conflito mesmo”. E aí, vai reclamar para quem? Quando se demite tem 10 dias para pagar empregado. Aí não paga nesse período. E aí se ficar quatro meses parado, sem indenização, sem emprego? Aí depois desse tempo entra com ação, vai para uma fila enorme depois que a Justiça voltar… O clube pode dizer que a demissão é justa causa. Ele (clube) está impedido de treinar por governos… E se depois desse tempo todo o jogador perde a causa? Não é um problema mais grave? Institucionalmente tentamos evitar isso. Temos que ter lado bom e ruim. Está se buscando perder menos. Perder alguma coisa todos vão perder. Eles (atletas) arcarão com as vantagens e as consequências – disse.