As movimentações políticas não param no Fluminense. No último mês, muito antes da união entre Cacá Cardoso e Pedro Trengrouse ser uma realidade, o presidente tricolor, Peter Siemsen, telefonou para o coordenador da campanha do Grupo Flu 2050 e ex-vice médico do clube, Sergio Galvão, com quem conversou por duas horas. Preocupado com Mário Bittencourt e ainda incerto da força política de Pedro Abad, como alguns conselheiros do Flu alardeavam pelas Laranjeiras, Peter propôs uma aliança, sem definir quem seria o candidato à presidência naquele momento.

– O Peter me ligou, afinal de contas, a gente tem uma relação, independentemente das coisas que aconteceram, para ver qual a ideia crítica que eu tinha do clube. A candidatura do Mário foi pauta e concordamos que seria uma tragédia para o clube. Conversamos durante horas sobre o cenário político. A grande preocupação do Peter é ter o legado dele comprometido. Uma candidatura do Mário comprometeria isso. Ele me ligou perguntando se havia alguma viabilidade na candidatura do Bittencourt – revelou Sergio Galvão, com exclusividade ao NETFLU.

 
 
 

A inquietação de Peter, segundo o coordenador do Flu 2050, é de que seus projetos não sejam tocados adiante. Ressaltando que o presidente, que já declarou apoio a Pedro Abad, propôs a união sem pensar num nome específico para sucedê-lo, Sergio Galvão explicou que, mesmo se houvesse a junção com a Flusócio, Cacá ainda seria, pelo menos para ele e para o o grupo, o nome preferido para encabeçar a chapa.

– Ele (Peter Siemsen) tem uma preocupação com o legado dele, que é muito justa. E teve acesso ao programa de gestão que a gente desenvolveu em um ano e meio. Há pessoas com vida executiva e empresarial extensa no Flu 2050. Por isso eu estou convencido de que esse programa pode ganhar eleição. Poderia ser o Abad, mas o meu mais indicado é o Cacá. Neste caso, o plano de governo é bem mais importante do que o presidente. O Mário (Bittencourt) não tem equilíbrio emocional, por isso não acredito em sua campanha, não dá para levá-lo a sério. É absolutamente individualista, pavio curto demais para ser presidente do Fluminense. Acho que é uma brincadeira pensar nele como presidente do clube. Vamos tentar fazer uma candidatura de união: sem oposição, situação. E transformar o Fluminense numa empresa, sendo coordenado por um conselho de administração ressaltou.

Fora pensamentos políticos divergentes, a relação de Sergio Galvão com o ex-advogado do Tricolor e candidato à presidência pela chapa “O Fluminense me domina” ficou estremecida em virtude da contração de Breno Lopes em 2015. Naquela ocasião, exames feitos pelo departamento médico do clube, então presidido por Sergio, não aprovaram o lateral-esquerdo, por conta de um problema no coração. Vice de futebol naquele momento, Mário Bittencourt deu a oportunidade ao jogador de trazer um laudo de um especialista externo que assumisse o risco e comprovasse que ele era apto a praticar o futebol profissional. Sergio entregou o seu cargo na mesma semana. Quando da ocasião, o NETFLU explicou os bastidores da contratações de Breno Lopes.

Procurado pela reportagem do site número 1 da torcida tricolor, o presidente Peter Siemsen preferiu não comentar sobre o assunto.