Pré-folia

No verão do Rio de Janeiro, a chuva caiu. E como caiu!

 
 
 

Não na Cidade Maravilhosa, capital fluminense, mas em Xerém, distrito de Duque de Caxias.

A goleada tricolor sobre a Portuguesa foi conquistada na base da organização.

O Flu, de Abel, contrariando o próprio treinador, quis jogo e conseguiu pôr na roda a chuva, o campo e o adversário.

Nos gols, nada de bate-rebate.

Todos os três, marcados por Henrique Dourado, o menino Léo (o primeiro como profissional) e Gustavo Scarpa, se deram com a bola no chão, de pé em pé.

Apesar da invencibilidade e do aproveitamento de 100% na temporada, o Fluminense, como a maioria dos clubes brasileiros, está em fase de ajustes.

Mas completar três jogos sem sofrer gol e, à exceção do triunfo sobre o Resende, marcar três vezes em todas as partidas do ano apontam para um grupo, no mínimo, empenhado em construir algo bacana.

Com nove pontos na Taça Guanabara, o Tricolor encaminha sua classificação às semifinais e tenta fazer o mesmo, quarta, na Copa da Primeira Liga, contra o Inter, no Beira-Rio.

Os números animadores com vitórias convincentes deixam o Fluminense leve como o folião que já se diverte nos blocos pré-carnavalescos.

Se não cair na armadilha de confundir comprometimento com facilidade poderá ir além.

O grupo é jovem, mas regido por um treinador experiente e vitorioso no clube.

Abel cobra e se cobra na mesma proporção.

Disse que merecia um puxão de orelhas por ter sido contrário à realização do jogo de domingo à noite por conta do estado do campo.

Para ele, o grupo lhe deu uma bela lição de como se comportar em uma situação de adversidade.

Este nível de sinceridade humaniza o treinador e faz bem a todo mundo.

Sobretudo ao Fluminense.

Que, a continuar assim, reconquistará também, em curto espaço de tempo, o coração de seu torcedor.

Há muito, carente e sedento de emoções.

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Leia também “Meninice”, deste colunista, no Blog Terno e Gravatinha, há dez anos no ar.

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