Sócio do Fluminense desde 1997, Paulo Mozart foi candidato à presidência do clube em duas ocasiões. Derrotado em 2004 e 2007, o empresário e economista, tendo passagens por empresas como IBM e Organizações Globo, hoje conselheiro tricolor, criticou a candidatura de Pedro Abad. Presidente do grupo político Tricolor de Coração, que apoia Mário Bittencourt, assina uma carta manifesto e chama o solicitante à presidência tricolor de “candidato meia boca”. Veja:
“O candidato meia boca”
As eleições para Presidente do Fluminense será (sic) realizadas em 26 de novembro próximo.
Pela mídia, tradicional e sociais, os candidatos vem sendo entrevistados, apresentando aos sócios que irão votar seus projetos e modelos de gestão.
Matéria veiculada por O Globo, em 25 de outubro pp, tinha como manchete – “COM RESSALVAS!”.
Nela verificamos, estarrecidos, que um dos candidatos declarou cinicamente que “a única ressalva é que não poderei representar o Clube perante o Poder Público. Será o vice presidente geral ou outro qualquer que representará o Fluminense ”.
ÚNICA Ressalva ???? Não poder ser Presidente pleno e dedicado?
Como poderá o Presidente delegar ou dar procuração a outro estando ele mesmo impedido de atuar por força de seu cargo público?
Ou seja: não pode negociar um patrocínio com o poder público seja União, Estado ou Município (CEF, Petrobras, por exemplo). Não pode discutir um contrato do Maracanã com o Estado ou Prefeitura ou qualquer outra entidade pública, da administração direta ou indireta .
Em 10 de novembro, o referido candidato complementou este quadro absurdo ao declarar em outra entrevista: “ Isto não traz prejuízo ao clube, somente a mim!”
Seguiu ele declarando: “Não posso ir a Receita tratar de tributos, não posso assinar o balanço contábil. Não posso usar meu conhecimento qualificado de funcionário público para trazer benefício ao clube”.
Qual conhecimento qualificado lhe restaria para exercer a Presidência?
O que vai utilizar para benefício ao clube? Sua experiência como criança? Seus conhecimentos de adolescente? Porque é somente o que lhe resta!
Segundo a Corregedoria Geral da Receita Federal, respondendo a consulta do próprio candidato em abril deste ano, ele é proibido de:
Representar o Fluminense em uma reunião com autoridade pública;
Discutir um contrato em que o Poder público esteja presente ou interessado;
Participar/analisar/assinar balanços contábeis;
Assinar e se responsabilizar pelo Fluminense em ações judiciais.
Entende-se como óbvia sua resposta em entrevista a O Globo em 10 de novembro quando, perguntado pelo Maracanã, respondeu: “Indefinido”. Faz sentido. Ele não sabe quem será o executivo do Fluminense que vai tratar do assunto, apenas sabe que não poderá ser ele! E se não pode ser ele, sua procuração também não terá valor! Quem não pode também não pode delegar.
Ele mesmo declara :
“ O vice geral ou outro dirigente terá de representar o clube”!!!!
Encaramos como absolutamente absurda e inaceitável tal candidatura, face suas limitações reais, expostas e sustentadas nas próprias declarações do pretenso candidato.
Exigimos que se torne público e de conhecimento de todos os sócios do Fluminense o parecer da Corregedoria da Receita Federal a que ele se refere, emitido em 27 de abril deste ano por três membros, encaminhado e arquivado à Coordenação Geral de Gestão de Pessoas da Receita Federal do Brasil.
Ainda que seja verdadeira sua declaração, de que a Receita Federal tenha autorizado a candidatura sem prejuízo de seu cargo público, isto não nos preocupa. É problema entre ele e seu empregador,
Nos preocupa é o potencial de prejuízo ao Fluminense por ter um Presidente com ressalvas!!!! Presidente este que antes de assumir já é sabedor que não poderá ser um dirigente pleno, conforme é exigido e esperado.
Causa repulsa, por mais grave e inaceitável moralmente, que o atual Presidente, após 6 anos de gestão, ou seja conhecendo plenamente as responsabilidades e desafios do cargo, esteja apoiando e recomendando alguém que se declara prévia e publicamente que “serei um Presidente com Ressalvas”.
Senhor Pedro Abad, caso sua candidatura não seja retirada espontaneamente até a data da eleição, estará exposta a ser questionada judicialmente. É moralmente inadequada e absurda.
Sua atitude para com os sócios do Fluminense, sejam contribuintes, atletas ou futebol tem nome: ESCÁRNIO!!!! DEBOCHE!!!!
Isto é falta de respeito com a instituição, com a sua tradição, com seu nome.
Isto é falta de respeito para com os sócios que buscam eleger alguém que possa liderar nosso clube com total e plena capacidade.
Não queremos um Presidente “meia boca”!
Paulo Mozart da Gama e Silva
Sócio e Conselheiro do Fluminense Football Club