No dia 22 de janeiro, a entidade que cuida das regras do futebol, a International Football Association Board (IFAB), aprovou o uso de árbitro assistente de vídeo (VAR) em partidas da Copa 2018.

Porém, apenas em março haverá a confirmação da decisão, após a reunião anual geral da organização. A mudança ocorrerá em razão de vários testes que foram feitos usando a tecnologia em partidas, desde março de 2016. Ao todo, mais de 800 jogos foram analisados e, segundo a IFAB, os resultados são positivos.

 
 
 

De acordo com um porta-voz oficial, a tecnologia permite o mínimo de interferências no andamento do jogo e muitos benefícios para a arbitragem. Em 8% das partidas, o VAR teve grande influência no resultado final.

Porém, vários especialistas de futebol duvidam da eficácia deste tipo de recurso em não interromper o ritmo do jogo. A IFAB, por outro lado, menciona que a vídeo-arbitragem gasta menos de 1% do tempo das partidas, ou seja, muito menos que o tempo gasto em cobranças de escanteio ou faltas. A média é de 20 segundos para que a consulta seja feita, e 1 minuto para revisões de lances. A companhia ainda ressalta que a porcentagem de erro é de apenas 5%.

Repercussão do recurso no mundo do futebol

Houve testes em campeonatos famosos, como Copa da França, Bundesliga e Copa das Confederações. As opiniões são bem divididas. Em reportagem do Diário Catarinense, Bruno Derrien, ex-árbitro, diz que o vídeo deve ajudar em certas situações, mas em certos momentos podem revelar interpretações. Ele avalia que ainda é cedo demais para usar a tecnologia em um evento tão grande como a Copa do Mundo.

Na mesma linha de raciocínio, o árbitro alemão Bernd Heynemann acredita que o tempo de preparação será curto e o recurso não deve funcionar de modo apropriado. Já o presidente do sindicato de árbitros da Itália, Marcello Nicchi, apoia o VAR, porque ele evita escândalos em torneios de maior abrangência.

É certo que o VAR deve influenciar bastante resultados, de forma positiva ou negativa. Muitos times já se beneficiaram de erros de árbitros, que não viram impedimentos ou faltas. Da mesma forma que seleções foram prejudicadas pelo mesmo motivo. Os resultados influenciam também o mercado de apostas esportivas. Em sites do tipo, torcedores podem dar palpites sobre o saldo de gols para concorrer a prêmios, de modo ligeiramente semelhante ao Timemania.

Inclusive, muitos deles oferecem também cassinos online. Portanto, o vídeo-árbitro fará grande diferença no setor, que mundialmente tem tantos apostadores quanto as loterias e modalidades como a Mega-Sena.

Aliás, não seriam todos os jogos que teriam a influência do VAR. Das partidas onde ele estava disponível, pouco mais de 30% houve uso. Destes casos, os árbitros optaram pelo VAR para confirmar situações de penalidade ou gol.

No Brasil, o tema também é polêmico. Recentemente postamos aqui no NETFLU a opinião de um jornalista que menciona ser inexplicável o custo do árbitro de vídeo no Brasil, estimado em R$ 1 milhão por clube contra 1 milhão de euros por temporada em Portugal.

Implementação da tecnologia nos jogos Philippe Le Floc’h, chefe comercial da FIFA, mencionou que o VAR será implantado na Copa do Mundo, mas não informou qual companhia será responsável pela tecnologia. Conforme mencionamos no início deste artigo, ainda resta saber se o recurso realmente estará nas partidas do torneio de 2018.

A Copa do Mundo FIFA 2018 terá início em 14 de junho, com partidas em onze cidades da Rússia. O Brasil está no Grupo E, com a Costa Rica, Suíça e Sérvia. Não são adversários que representam grandes riscos, o que motiva os brasileiros a acreditarem que a seleção deve se classificar para a segunda fase da competição, o famoso mata-mata.

Na última edição, o time canarinho foi desclassificado em partida contra a Alemanha, o famoso 7 x 1. Passando da fase de grupos, é altamente provável que o Brasil dispute novamente uma vaga contra a Alemanha. Será que o VAR ajudará a seleção desta vez?