Nenê vinha sendo o grande nome do Fluminense antes da interrupção dos jogos (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Com quatro vitórias e uma derrota, o Fluminense teve cinco escalações diferentes no início do Campeonato Carioca. Aos poucos, o técnico Odair Hellmann vai conhecendo melhor as características de seus jogadores e ainda tem várias peças para entrar na equipe. São os casos, por exemplo, dos atacantes Fernando Pacheco, Wellington Silva (em vias de ser oficializado como reforço), Caio Paulista, Evanilson e Marcos Paulo. O ataque, por enquanto, parece ser o maior problema para o treinador resolver. São nove gols na temporada e apenas um foi marcado por jogador da posição (Felippe Cardoso). Neste sentido, o site “Globo Esporte” apontou os destaques positivos tricolores até o momento na competição.

Veja a análise do portal:

 
 
 

Luccas Claro: segurança

A zaga, de um modo geral, foi segura: sofreu só dois gols, sendo um de pênalti. No setor, quem mais se destacou foi justamente quem menos jogou em 2019. Luccas Claro soube aproveitar a brecha e teve atuações convincentes tanto ao lado de Matheus Ferraz quanto de Digão. Ainda sem Nino, que está com a seleção brasileira sub-23 no Pré-Olímpico, ele foi o zagueiro de melhor desempenho tricolor até aqui.

Coincidência ou não, ele não estava em campo na única derrota do time, para o Boavista no Maracanã. Mesmo sendo o zagueiro mais baixo do elenco, com 1,79m de altura, Luccas Claro ainda se mostrou boa opção ofensiva e fez dois gols de cabeça em lances de bola parada, ambos sobre o Bangu em Moça Bonita. Por meritocracia, o defensor larga na frente para ser titular na estreia da Sul-Americana.

Dodi: motorzinho

Seja com três ou dois volantes, o Fluminense precisa ter velocidade na proteção à zaga e na saída de bola. E quem fez muito bem esse papel nos três primeiros jogos do ano foi Dodi, principalmente contra Portuguesa e Bangu. O baixinho é o mais ágil da função no elenco e já formou trio com Yuri e Hudson, além de duplas com Hudson e com Henrique. Em todas as formações, encaixou bem.

Com características diferentes dos companheiros, formou um meio de campo mais versátil. Mas sentiu um desconforto no calcanhar e perdeu espaço nos últimos jogos. No Fla-Flu, Odair usou pela primeira vez um meio “mais pesado” com Henrique, Hudson e Yago e teve dificuldades, apesar da vitória. Mais rápido do que Yuri, Dodi leva vantagem no momento se estiver em condições de jogo.

Hudson: dupla função

Aos 31 anos, o volante parece estar reencontrando seu bom futebol no Fluminense. Após oscilar na última temporada pelo São Paulo, Hudson tem se destacado na equipe de Odair em uma dupla função: ajuda na marcação, mas também aparece na frente, sendo o principal responsável pela transição das jogadas da defesa para o ataque.

Logo na estreia, foi o autor da assistência para Nenê marcar o gol da vitória contra a Portuguesa; na segunda rodada, deu outro bom passe para Lucas Barcelos, que sofreu pênalti convertido por Nenê; e, no Fla-Flu, roubou a bola que originou mais um gol do camisa 77. Ainda é cedo, mas até aqui, foi o reforço que mais correspondeu dentro de campo.

Miguel: personalidade

Com apenas 16 anos, Miguel já apresenta postura e futebol de gente grande. Ganhou a titularidade contra o Bangu, na terceira rodada, após sair do banco nas duas partidas iniciais e dar nova cara ao time. Além de flutuar bem no ataque, consegue encontrar espaços e furar a marcação adversária.

Até aqui, já deu três assistências e acertou a trave em um cobrança de falta diante do Bangu. Quando Nenê não está em campo, inclusive, costuma ser o homem da bola parada da equipe. Mas costuma render melhor quando tem alguém para lhe ajudar na criação. Apesar de não ter se destacado tanto contra Flamengo e Boavista, conquistou por merecimento sua condição de titular.

Nenê: decisivo

Com a ausência de Ganso, que segue aprimorando a parte física em uma pré-temporada prolongada, Nenê tem assumido o protagonismo no Fluminense. Artilheiro da equipe com três gols em quatro jogos – sendo um como reserva –, o meia de 38 anos tem mostrado fôlego e poder de decisão para chamar para si a responsabilidade em campo.

Além do faro artilheiro, tem participado das principais chances de ataque da equipe, com finalizações e bons passes. No último sábado, na derrota por 1 a 0 para o Boavista, foi poupado e, quando acionado por Odair, deu outra dinâmica ao time, apesar de não ter conseguido marcar. Vive sua melhor fase no clube e tem lugar certo na escalação para a estreia na Sul-Americana.