Ainda não foi dessa vez que o Fluminense encerrou o jejum de dois meses e meio sem vencer fora do Maracanã, até por isso não consegue engrenar no Brasileirão. A derrota por 2 a 0 para o Coritiba no Couto Pereira (a primeira sofrida para um adversário da zona de rebaixamento) foi uma ducha de água fria para um time apontado como candidato ao título antes do campeonato. Hoje, o sétimo lugar e a distância de 15 pontos para o líder Botafogo afastam cada vez mais o Tricolor da disputa pela taça.
Em análise, o portal GE destacou que não dá para dizer que o revés na noite da última segunda-feira foi injusto. Por mais que o Fluminense tenha criado mais chances de gol no geral (6 a 3), o Coritiba foi melhor na maior parte do jogo e mostrou muito mais vontade em campo. O Tricolor acabou pagando caro pelo péssimo primeiro tempo que fez no Couto Pereira. Fruto de muitas atuações individuais e decisões ruins.
O próprio Fernando Diniz citou como exemplo um passe forçado por dentro de Ganso para Lelê, no lance que originou o contra-ataque do pênalti cometido por Felipe Melo em Robson. Lima e Lelê, que foram muito mal tecnicamente, ficaram em campo até o fim. E o técnico demorou demais para mexer no time, que no primeiro tempo inteiro teve só quatro finalizações e uma única chance de gol, em voleio de Felipe Melo aos 43 minutos.
Enquanto o Coritiba, armado para jogar no contra-ataque e com só 29% de posse de bola, finalizou mais que o Fluminense (cinco vezes) e criou suas três chances claras nos primeiros 45 minutos: os dois gols e o chute de Marcelino defendido por Fábio, aos 40. O lance de Rodrigo Pinho aos 24 do segundo tempo, parando também no goleiro tricolor, não foi computado pois seria anulado pelo VAR por impedimento se a bola entrasse.
Diniz deu um voto de confiança e voltou com o mesmo time para a etapa final, mas o panorama não foi muito diferente. Em um terço do segundo tempo, o Fluminense havia criado só mais uma chance clara, em chute de Arias defendido por Gabriel aos nove minutos, após lindo passe de letra de Samuel Xavier. Só então o técnico começou a mexer, e a equipe melhorou com as entradas de John Kennedy e Leo Fernández, aos 15 minutos, e principalmente de Daniel e Yony González, aos 31.
Nas últimas quatro chances de gol do Flu no jogo, três saíram dos pés do meia: o lançamento para Keno chutar para fora aos 32; o levantamento que sobrou para o chute bloqueado de Yony González aos 39; e o cruzamento com açúcar para o cabeceio de Lelê ser defendido aos 44. A outra oportunidade foi com John Kennedy aos 29, em cruzamento de Samuel Xavier. A reestreia de Daniel, que também pode fazer a função de segundo homem do meio de campo, foi o único saldo positivo da noite e mostrou que merece maior minutagem.
Os números do segundo tempo mostram o abismo em relação ao primeiro: foram 11 finalizações contra apenas três do Coritiba, e cinco chances de gol do Fluminense. E aí talvez tenha pesado a ausência do suspenso Cano, que por mais que não esteja vivendo uma grande fase dificilmente desperdiça tantas oportunidades em uma mesma partida.
Com a disputa pelo título brasileiro cada vez mais distante, o Fluminense deve focar na Libertadores. Mas antes das oitavas de final contra o Argentinos Juniors, da Argentina, o time tricolor volta a campo no sábado para enfrentar o Santos às 16h (de Brasília) no Maracanã, pela antepenúltima rodada do primeiro turno do Brasileirão. Os jogadores retornam ao Rio de Janeiro nesta terça-feira e se reapresentam na quarta no CT Carlos Castilho para dar início à preparação.