O Fluminense “flertou com o perigo”, mas ganhou do Fortaleza por 2 a 1 na noite de sábado no Maracanã, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro (veja os lances no vídeo abaixo), e recuperou a autoestima de olho na semifinal da Copa do Brasil. Só que o torcedor saiu desse jogo com uma sensação mais de alívio do que de festa. O time voltou a vencer, Cano voltou a marcar… Porém, os tricolores terminaram a partida com mais dúvidas do que certezas.
Afinal, foi dia de novo teste para “candidatos à vaga de Nonato”, que saiu para o Ludogorets, da Bulgária. Depois de Nathan contra o Athletico-PR, diante do bom time do Fortaleza foi a vez de Yago entrar e reeditar um meio de campo (ao lado de André e Ganso) que não era usado desde a estreia de Fernando Diniz contra o Junior Banrranquilla, da Colômbia, na Copa Sul-Americna. E, concidentemente, o placar também foi 2 a 1 na época no Maracanã.
Mesmo concluindo pouco as jogadas no primeiro tempo, o time contou com um Ganso para lá de inspirado e funcionou bem em boa parte dos 90 minutos: terminou com 64% de posse de bola, 15 finalizações e sete chances reais. Além dos dois gols de Cano, o Flu teve oportunidade com Matheus Martins batendo na saída do goleiro, aos quatro minutos de jogo; com Samuel Xavier, que tirou tinta da trave aos dois minutos do segundo tempo; com André fazendo fila na entrada da área e chutando com desvio aos 10; com Caio Paulista errando um domínio sozinho na área, aos 21; e com Willian Bigode parando em Fernando Miguel já nos acréscimos.
Porém, a equipe flertou muitas vezes com o perigo e praticamente sofreu sustos na mesma proporção. Foram 11 finalizações e seis ótimas chances para o Fortaleza, sem contar os dois gols bem anulados pela arbitragem/VAR. Além do gol que valeu de Thiago Galhardo, houve ainda: a defesa de Fábio em chute de Lucas Sasha no primeiro minuto; a cabeçada errada de Marcelo Benevenuto aos 23; a bomba de Ronald bloqueada por Manoel na área aos 42; a furada de cabeça de Robson aos 22 da etapa final; e o chute de Lucas Sacha que só não entrou porque Martinelli salvou.
Duas dessas oportunidades nasceram em erros de saída de bola de Yago, incluindo o lance do gol de Thiago Galhardo (onde há também uma falha de marcação na área dos zagueiros, que deveriam sempre marcar o centroavante). Nitidamente, ele ainda está sem ritmo após meses sem jogar e não está adaptado à rápida troca de passes do “Dinizismo”. Por outro lado, o volante teve movimentação interessante e parecida com Nonato ofensivamente, atacando os espaços entre as linhas.
Pelo que Nathan não rendeu na posição, podemos dizer que Yago saiu na frente na disputa pela titularidade, mas está longe de ser considerado uma solução. Além de não ter conseguido definir o substituto de Nonato nos jogos contra Athletico-PR e Fortaleza, Diniz também deixou de testar uma alternativa para o lugar de André, suspenso na Copa do Brasil. Os ajustes do técnico para a semifinal terão que ser feitos nos treinos, sem um jogo para testar à vera dentro de um clima de pressão.
O Fluminense voltou ao menos provisoriamente ao G-4 e dormiu na terceira posição com 45 pontos, nove atrás do líder Palmeiras (precisa secar Flamengo ou Corinthians no complemento da rodada para se manter na zona de classificação direta para a Libertadores). Os jogadores ganharam o domingo de folga e se reapresentam na manhã de segunda-feira no CT Carlos Castilho. O time tricolor volta a campo na próxima quinta, quando visita o Corinthians, às 20h (horário de Brasília) na Neo Química Arena, valendo uma vaga na grande decisão da Copa do Brasil.