(Foto: Conmebol)

Adversário do Fluminense desta quarta-feira na Sul-Americana, o Junior Barranquilla tem como protagonista na temporada Miguel Borja, um velho conhecido dos torcedores brasileiros. Com oito gols em 13 jogos, o atacante de 29 anos é uma das apostas da equipe colombiana para o jogo que acontece às 21h30 (de Brasília), no Estádio Metropolitano, em Barranquilla, na Colômbia.

Mas o torcedor que vê o atacante em papel de destaque no futebol colombiano pode se perguntar: como um jogador tão questionado no Brasil consegue “mudar da água para o vinho” na Colômbia?

 
 
 

Atuando por Palmeiras e Grêmio, Borja não conseguiu alcançar uma regularidade e se tornou alvo de reclamações de torcedores. Em seu país, por outro lado, é tido como um goleador e titular da seleção.

Por que há essa diferença no desempenho do jogador? O portal GE reuniu algumas opiniões para tentar explicar a diferença no rendimento do atacante em solo brasileiro e colombiano.

Responsável pela cobertura do Palmeiras no período em que Borja atuou pelo clube, o jornalista Tossiro Neto lembrou o status do atacante na chegada ao time e opinou sobre a passagem apagada do atacante pelo Verdão.

– A contratação do Borja é um case. Um case de insucesso. Era um nome praticamente unânime entre os torcedores, porque tinha se destacado pelo Atlético Nacional principalmente diante do São Paulo, um rival do Palmeiras, e chamou a atenção. Se você perguntasse a 10 torcedores, pelo menos 9 diriam que o contratariam. O problema, na minha opinião, foi o valor que se pagou. Meteu muita pressão no jogador e criou uma expectativa que se mostrou exagerada. O Borja foi recebido no aeroporto por uma multidão, estreou com um gol em que ele rouba a bola na zaga, corre o campo todo e finaliza.

Pelo Palmeiras, Borja atuou em 112 partidas entre 2017 e 2019, marcou 36 gols e sempre foi alvo da torcida, que esperava mais do atacante.

– Mas ele é, na verdade, um finalizador esforçado. Um cara que chuta muito forte (algumas vezes sem direção), mas que tinha dificuldades básicas de entendimento de jogo. O que o Roger Machado tentou muitas vezes corrigir, e que nenhum treinador dele no Palmeiras conseguiu corrigir. No dia a dia, a gente percebia também que ele não era o atleta mais atento, tinha uma dificuldade notável de concentração. Se não tivesse sido pago o absurdo que se pagou por ele, provavelmente a cobrança seria numa medida mais justa ao que ele realmente pode entregar – completou Tossiro.

Pelo clube gaúcho, Borja marcou cinco gols em 20 jogos e acabou sendo rebaixamento com o time, que teve um fim de temporada terrível. Setorista do Grêmio, o jornalista Eduardo Moura analisou a passagem do atacante em Porto Alegre e disse acreditar que as lesões prejudicaram Borja.

– O Borja viveu um início bastante promissor no Grêmio. Para contextualizar, ele foi buscado para ser o titular e dar mais movimentação e capacidade física para o ataque de Felipão, que havia treinado o colombiano no Palmeiras e até não havia o utilizado tanto. O começo foi bom, com três gols em quatro jogos, mas uma lesão no tornozelo e convocações “quebraram” a sequência de Borja. Depois da chegada de Mancini, Diego Souza voltou a ganhar força e retomou a vaga como titular.