Além da biometria, uma nova medida de segurança começa a chamar atenção nos estádios do Rio de Janeiro. Trata-se da setorização das torcidas organizadas. No Maracanã, a novidade apareceu no segundo jogo da final do Carioca, entre Vasco e Botafogo, e na partida do Fluminense contra o Nacional Potosí, quarta, pela Sul-Americana. Com cabos de aço sobre as grades, a área destinada às facções tornou-se uma espécie de “gaiola”.
Desde a final da Sul-Americana do ano passado entre Flamengo e River Plate (ARG), quando houve muitas confusões, várias reuniões entre clubes, Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) e Ministério Público (MP) foram realizadas no intuito de aumentar a segurança. A setorização de organizadas foi uma das medidas das quais o Gepe não abre mão.
– O Gepe solicitou aos clubes que criassem uma setorização para as organizadas em todos os estádios, como acontece no Sul. O Maracanã não tem setorização: foi feito para as pessoas poderem mudar de setores e rodar o estádio todo por dentro, caso assim desejasse. Só que isso é descolado da nossa realidade, e para conseguirmos provir segurança precisamos que se delimite algumas áreas. Uma delas, das organizadas – declarou o Major Sílvio Luiz, comandante do grupamento.
A versão é de que a separação aconteceria com divisórias de acrílico. O consórcio que administra o Maracanã ficou responsável por isso. Na prática, foram colocados cabos de aço sobre as grades que já existiam.
– Essa área foi escolhida pelos clubes. Apenas dissemos que precisávamos fazer isso. O espaço de dois mil lugares pode vir a não compreender todos os torcedores, mas será como no restante do estádio: se não houver mais bilhetes disponíveis, a entrada não será permitida. A ideia é separar as organizadas de todo o resto. Quem fez a obra foi a concessionária, que tentou diminuir o dano visual de quem fica no setor superior. Não é incumbência do Gepe, mas causa estranheza realmente visto pela primeira vez – completou o Major Sílvio Luiz.